Os Jogos Paralímpicos vão muito para além da sua vertente desportiva, na qual as medalhas são objetivo. Num evento, não descurando a vertente competitiva bem como todo o esforço na obtenção do melhor resultado de cada atleta em representação do seu país, a grande “bandeira” promovida é a igualdade quer de direitos, quer de oportunidades para todos, mostrando que o desporto pode ser fundamental na inclusão de atletas com algum tipo de défice.
Pela glória, competem desportistas com as mais variadas patologias: amputação de membros, défice de mobilidade, paralisia cerebral, deficiência mental e visual ou fragilidades a nível intelectual. Estas são apenas algumas condições para a participação neste espetáculo.
De salientar que estaremos perante a 16.ª edição dos Jogos Paralímpicos, que acontecem pela segunda vez em Tóquio, com a edição precedente a datar de 1964.
A competição que, pela primeira vez na história, por conta da pandemia de SARS CoV-2, não verá espectadores nas bancadas, decorrerá entre os dias 24 de agosto e 5 de setembro, com a presença de cerca de 4.400 atletas provenientes de 203 países ou federações inscritas no COI – Comité Olímpico Internacional –, verificando-se um decréscimo de três, quando comparada com a edição anterior, realizada no Rio de Janeiro, em 2016. Tal motivo deve-se à exclusão da Rússia, uma vez que cumpre suspensão devido à existência de casos de doping no seu seio.
Deste modo, todos os atletas daí provenientes atuarão sob representação ROC (Comité Olímpico Russo). A Coreia do Norte invocou a proteção de saúde pública, enquanto que o Afeganistão se vê afastado da competição, visto que o país está sob o domínio do exército Talibã.
Já no que respeita a modalidades, o elenco desta edição conta com 22, sendo que o Badminton e o Taekwondo serão desportos em estreia, substituindo a Vela e o Futebol de 7, que desaparecem do programa.
OS NOSSOS HERÓIS RUMO AO JAPÃO
Portugal não contará com a presença do seu maior atleta, Lenine Cunha – o desportista mais medalhado de sempre em lides olímpicas, visto não ter obtido mínimos para aquela que seria a sua 3ª participação no maior evento multidesportivo à escala global. Mesmo assim, são várias as hipóteses de sermos felizes no país do sol nascente, com a comitiva a registar 33 “guerreiros/as,” que darão o seu máximo para honrar toda uma nação, distribuídos/as por oito modalidades.
ATLETISMO
Ana Filipe e Claúdia Santos – salto em comprimento categoria T20;
Sandro Baessa – 400m, categoria T20; também a correr os 1500m, prova essa onde Cristiano Santos, na mesma categoria, marcará igualmente presença;
João Correia – 100m, categoria T51;
Hélder Mestre – atuará nas duas provas mais rápidas do atletismo, os 100 e 200m, categoria T51;
Manuel Mendes – maratona T46;
Maria Odete Fiúza – maratona T11;
Miguel Monteiro – lançamento do peso, categoria F40.
Saliente-se que Claúdia Santos, João Correia e Sandro Baessa serão caras novas em eventos desta importância, participando assim nos seus primeiros Jogos.
BADMINTON
A defender o País, encontramos a muito jovem e estreante Beatriz Monteiro, de 15 anos, atleta da Associação Académica de Coimbra, que competirá na vertente de singulares, na categoria SU5.
CANOAGEM
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A modalidade verá dois atletas estrear-se nestas andanças: Alex Santos, na prova de 200m KL1, natural do Brasil, e Norberto Mourão, ele que é uma das maiores apostas rumo aos metais, competindo na prova de 200m, na categoria VL2.
CICLISMO DE ESTRADA
São dois os embaixadores lusitanos: Luís Costa – contra-relógio e prova em linha, categoria H5 – e Telmo Pinão – contra-relógio e prova em linha, categoria C2.
EQUITAÇÃO
Nesta especialidade, Ana Mota Veiga é representante única, indo disputar as provas individuais e de Freestyle Gau I.
JUDO
Destacamos a estreia do praticante nascido em território africano, mais exatamente na Guiné-Bissau, Djobrilo Iafa, que participará na categoria de -73KG B1, sendo também ele o único representante luso na modalidade.
NATAÇÃO
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Estará representada por seis atletas, de entre os quais cinco serão estreantes:
Daniel Videira – 400m livres e 100m costas, categoria S6;
Diogo Cancela – 100m costas, 100m mariposa, 100m bruços e 200m, estilos S8/SB8 e SM8;
Marco Meneses – 400m e 50m livres, 100m costas, 100m mariposa e 200m, estilos S11/SB11 e SM11;
Ivo Rocha – 100m bruços, SB5;
Susana Veiga – 50m livres, S10, e 100m livres, S9;
Estes rostos contrastam com a presença do experiente David Grachat – 400m livres, S9, sendo ele o primeiro atleta do contingente nacional a atuar na presente edição dos Jogos.
BOCCIA
Nesta modalidade em que por diversas vezes já fomos laureados com subidas ao pódio, estaremos representados por:
Ana Sofia Costa – individual e pares, BC3;
André Ramos – individual e equipas, BC1 e BC2;
Avelino Andrade – individual e pares, BC3;
Manuel Cruz – pares, BC4;
Nelson Fernandes – individual e equipas, BC1 e BC2;
Realce-se que todos estes são estreantes na competição. Já mais experientes e, por conseguinte, maiores candidatos a um resultado de monta, temos os casos de:
Pedro Clara – pares, BC4;
José Carlos Macedo – individual e pares, BC3;
Cristina Gonçalves – individual e equipas, BC2 e BC1;
Carla Oliveira – individual e pares, BC4;
Abílio Valente – individual e equipas, BC2 e BC1;
Nas 15 anteriores edições, os nacionais conquistaram 92 medalhas, sendo que o Atletismo, o Boccia e a Natação foram as modalidades que mais contribuíram para tal. Nas olimpíadas anterior, no Rio 2016, haviam sido 7 as modalidades, sendo 37 os desportistas em competição.
Agora é esperar que todos os atletas, guias e treinadores disfrutem ao máximo da passagem pelos Jogos e que honrem da melhor forma a nossa bandeira, eles que já são os nossos heróis!