A Referência do Wrestling Português – Entrevista a Bruno “Bammer” Brito

    BnR: No plano mundial temos lutadores como Kevin Owens, AJ Styles, Seth Rollins, Kenny Omega, Adam Cole, Rhodes. Achas que está é a melhor geração de sempre do Wrestling?

    B: Sim, porque não é um negócio já tão virado para o corpo como já foi. Já não tens o típico body-builder com veias à mostra. Tens malta atlética, a nível de criatividade são muito bons, muito técnicos, mesmo lutadores que não deveriam ser técnicos pelo seu aspecto, como o Kevin Owens. Tens malta que produz qualquer tipo de combate e que não aparece tanto nos órgãos de comunicação pelas piores razões, como antes tinhas malta que era apanhada com álcool ou droga. São mais profissionais, não são lutadores que se recusam a perder, encaram isto como o trabalho deles e vestem a camisola da empresa de uma forma positiva. Isto fora do ringue. Dentro dele, há malta que é muito técnica e segura, continuam a ter lesões, mas isso é impossível não ter, mas caminha-se para uma era onde há cada vez mais pessoas muito capazes no ringue. O público também começa a aceitar os corpos menos musculados e lutadores mais pequenos. Há 20 anos era impossível teres alguém como o AJ Styles como campeão ou alguém como o Kevin Owens a aparecer na WWE e a ter o destaque que tem hoje. Já não é preciso ser um Hogan para ser main-eventer. A própria indústria foi encolhendo, passando de lutadores como o Hogan, para lutadores como o Eddie Guerrero, o Jericho e agora o Rollins ou o AJ Styles.

    Bammer e AJ Styles Fonte: Facebook Oficial de Bruno "Bammer" Brito
    Bammer e AJ Styles
    Fonte: Facebook Oficial de Bruno “Bammer” Brito

    BnR: Já disseste que o Chris Benoit é a tua referência. E desta nova geração, qual é a tua referência?

    B: Aj Styles, sem dúvida. Gosto dos combates do Cesaro, gosto do Rollins, agarro-me mais ao passado quando quero estudar Wrestling, vou aos combates do Japão, mas neste momento, é o AJ Styles a grande referência. É o lutador mais completo, produz um bom combate com qualquer pessoa, consegue espremer o adversário da melhor maneira, consegue ser face, consegue ser heel, consegue ter um combate de brawl, um combate de escada, coisas sempre diferentes e consegue ter sempre um combate de pelo menos quatro estrelas.  Ele sempre esteve numa grande forma e neste momento está no auge da carreira dele.

    BnR: Falaste no tipo de Wrestling que te inspira. Procuraste só o Wrestling japonês e americano ou também foste buscar algo ao Wrestling mexicano?

    B: Estudei muito o Wrestling mexicano mas nunca vi algo que fosse útil para mim. Mesmo a nível de psicologia no ringue eles não têm muita. Gosto de Lucha Underground, mas é diferente, gosto da acção e da forma como produzem os shows, mas o mexicano nunca foi a minha cena. O Wrestling japonês sem dúvida que é. A New Japan Pro Wrestling nos tempos dos juniores de 1994/1995, onde tinhas lutadores como o Dean Malenko, o Benoit, o Eddie Guerrero ou o Thunder Liger, que faziam combates incríveis ou mais tarde, com o Kenta Kobashi, sempre foi uma referência. Se perguntares aos lutadores de agora quais foram as suas influências vão falar desta malta. Não é ao calhas que existem agora lutadores que conseguem fazer combates técnicos, golpes de terceira corda. Todos foram influenciados por estes lutadores mais antigos e eu também não fujo à regra.

    BnR: Qual foi para ti, dentro ou fora da WWE, o melhor combate que já viste?

    B: É difícil escolher um, mas acho que o combate perfeito envolve o Bret Hart e um lutador que não aprecio muito mas que sei que é muito bom, que é o Shawn Michaels. Não gosto dele enquanto fã, mas enquanto estudante, reconheço que ele é muito bom. Foi um Iron-Man Match, na Wrestlemania 12, um combate de 60 minutos. A via fácil para fazer esse combate era meter quatro ou cinco pin-falls para manter o combate entusiasmante, mas eles ficaram até ao fim dos 60 minutos empatados a 0. Depois houve o post-match que não achei perfeito, mas a nível técnico foi um combate que começa com muito pouco, começa com headlocks, vai evoluindo, nunca fica monótono. É um combate que é intemporal. Outro combate de que gosto muito é um Ladder Match entre o Jericho e o Benoit, na Royal Rumble. Enquanto gimmick match é um combate perfeito, que misturou psicologia com agressividade. É o segundo combate favorito, mas muito distante do primeiro.

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