– Uma tábua de salvação chamada “Casa Pia” –
«Se parasse de jogar à bola hoje, pararia feliz».
BnR: Depois de muita instabilidade, Portugal volta a ser uma tábua de salvação e recebes o convite do teu clube atual, o Casa Pia. Como é que tudo aconteceu?
EV: Foi depois de uma conversa com o Carlos Saleiro – agora, empresário de futebol -, em que ele me disse que poderia surgir uma oportunidade de jogar no Casa Pia. O Rúben Amorim ia assumir a equipa, na altura, e ele disse-me que tinha apresentado o meu nome. O Rúben revelou que, se assumisse o clube, queria contar comigo. Depois, como sabemos, ele acabou mesmo por assumir a liderança do Casa Pia e surgiu o convite. Acabei por ir ter com ele para conversar sobre a situação. O Rúben Amorim era grande amigo meu, já dos tempos do Belenenses, e eu não pensei duas vezes. Precisava de estar aqui com a minha família, já que tinha estado sozinho na Grécia na última experiência. A minha família tinha ficado por cá, inclusivamente o meu filho mais novo, o Gabriel. Tinha um ano e meio e eu quase nunca tinha estado com ele. Ele nasceu e passados três dias eu tive de ir para o Brasil. Não queria estar mais longe da família, porque ela é a base de tudo.
BnR: Na primeira época, fazes 11 golos em 33 jogos e consegues ter a temporada mais produtiva da tua carreira. O que mudou?
ER: Foi uma época boa, muito produtiva. No Casa Pia, tudo o que aconteceu foi muito especial. Foi um ano em que as coisas tinham de acontecer desta forma. Foi muito bom.
BnR: Qual foi o sentimento de ser campeão do Campeonato de Portugal, ao serviço do Casa Pia? Achas que foram justos campeões?
ER: É uma sensação maravilhosa. De setenta e duas equipas, seres campeão… Tivemos mérito, fizemos um campeonato maravilhoso. Tivemos muitos problemas durante a temporada e tentaram, fora de campo, fazer de tudo para que o Casa Pia não subisse. Mas dentro de campo fomos justos campeões. Tirando os jogos frente ao Sporting Espinho, nenhuma equipa nos fez frente nessa temporada. Tínhamos jogadores amadores, mas o grupo era maravilhoso. O Luís Loureiro depois acabou por entrar a meio da temporada e colocou a nossa cabeça em ordem. Entrávamos em campo, mesmo com a questão dos pontos, super motivados. Digo mais: se eu parasse de jogar à bola hoje, pararia feliz pelo grupo que tenho no Casa Pia.
BnR: Para esta nova época, quais são as tuas expectativas a nível individual?
ER: Individualmente, não posso dizer que vou ter uma época como no ano passado. Mas quero ajudar os meus colegas e fazer uma grande temporada. Queremos permanecer na Segunda Liga, apesar de sabermos que não vai ser fácil. Vamos tentar dar o máximo para ajudar o clube. Temos um treinador muito bom, o Luís Loureiro, que tem um futuro brilhante pela frente.
BnR: Com que é que o Casa Pia sonha para esta nova época? Só com a manutenção?
ER: O sonho é permanecer na Segunda Liga e, se acontecer outra coisa, vai ser sempre bom. Há muito para acontecer e temos de ter os pés assentes no chão porque é um campeonato difícil. Mas temos qualidade e queremos lutar pelos objetivos.