BnR/PdA: Sei que és uma grande amiga da Kori Carter, a campeã mundial dos 400 metros em Londres, já falaste com ela?
KH: (risos) Não, o meu treinador está com o meu telemóvel, mas eu sei que ela está certamente muito contente por mim, ela acredita em mim desde o primeiro momento.
BnR/PdA: E agora as duas são campeãs mundiais…
KH: (risos)…sinceramente, estou sem palavras!
BnR/PdA: Posso saber o que sentiste ao cruzar a meta em primeiro, diante de um elenco tão competitivo?
KH: Eu não pensei em muito sinceramente. O meu treinador apenas me disse para me focar nos 3 primeiros passos. Apenas me esforcei imenso. De certa forma, tinha a noção que estava em primeiro, mas deixei-me ir e dei o máximo até ao final, mergulhando sobre a meta e ouvir o meu nome no final foi o máximo!
WATCH: @usatf go 1-2 in the #IAAFworlds women’s 60m hurdles as @Ken_AYE_ storms to 7.70 CR, while @SheTheMann_ing gets silver.
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— IAAF (@iaaforg) 3 de março de 2018
BnR/PdA: Tu falaste que te esforçaste bastante para aqui chegar e conseguir este Ouro, sentiste que isso tornou a tua medalha ainda mais especial?
KH: Sim, eu penso que todos os atletas têm a sua história. Alguns vêm aqui e conseguem o trabalho feito logo à primeira tentativa. Eu, definitivamente, não fui um desses casos. As derrotas definitivamente me tornaram mais forte.
BnR/PdA: Podes contar-nos um pouco da sensação de teres que bater outras norte-americanas, com tanto talento?
KH: Nós estamos habituadas a competir umas contra as outras e sabemos que qualquer uma pode vencer…é bastante entusiasmante competir diante de um elenco tão competitivo e eu penso que todas elas deram o melhor de si hoje.
BnR/PdA: Não sei se tens noção, mas a tua primeira eliminatória, em 7.77, foi a mais rápida de sempre da história dos campeonatos. Depois correste em 7.79 na semi-final e estes 7.70 na final – 3 provas abaixo dos 7.80 em 2 dias. Como foram estas duas semanas de preparação para o evento, depois de teres sido apenas segunda nos Trials americanos?
KH: (risos) Eu penso que foi, talvez, um alívio chegar aqui não sendo a nº1 do ranking mundial depois de, como disseste, eu ter perdido nos campeonatos nacionais. Nestas duas semanas, eu apenas pensei em lutar contra todas as adversidades e vir aqui executar o plano. Ajudou muito ter um treinador que acredita em mim, amigos que acreditam em mim e na verdade isso é a única coisa que eu preciso.
BnR/Pda: Recordo-me que depois dos Trials norte-americanos para os Jogos do Rio foste muito criticada nas redes sociais e isso voltou a repetir-se quando foste 4ª em Londres, com muita gente a dizer que não tinhas o que era preciso para brilhar nos grandes palcos. Hoje provaste o contrário, mostrando seres bastante forte nesse aspecto. Como é que reagiste a esses comentários nas redes sociais e como normalmente geres essas situações?
KH: Olha, na verdade, eu esqueço as redes sociais e não entro nelas sempre que vou para um evento ou grandes meetings. Dessa forma, eu não tenho que ler essas coisas e esse negativismo não passa para dentro de mim. Mas sabes…o meu treinador diz que há muitos mais anjos a torcer por mim do que haters e diz-me para não me preocupar com isso. Essas pessoas apenas querem falar…na verdade, só isso mesmo, falar e eu não acredito, nem dou atenção ao que elas dizem.
Foto de Capa: 365dm