Por detrás do Football Manager – Entrevista a Bruno Gens Luís, Chief Scout da Sports Interactive

    BnR: Pondo de lado o Bruno colaborador da Sports Interactive, e perguntando diretamente ao Bruno jogador de Football Manager, o que é que mudavas, aperfeiçoavas ou adicionarias ao jogo?

    BGL: Mais ligas! Quantas mais melhor; sem ser necessário colocar patches não-oficiais. Sou daqueles que quando fazem um save metem ligas de todo o mundo, e vou rodando equipas de cada país. Também gostava de que fizessem uma versão “Presidente”, que te obrigaria a escolher um treinador para levar a tua equipa à glória. Claro que o desenrolar da época dependeria das dinâmicas Presidente-Treinador e Presidente-Plantel, a liberdade e espaço que darias ao treinador para tomar decisões e como ele reagiria à tua pouca/muita influência, aceitares ou não recomendações por parte dele e de elementos da estrutura sobre transferências/staff/melhoramento de infraestruturas e as suas reacções às tuas respostas, lidar com queixas e pressões de jogadores e agentes, motivar jogadores em alturas cruciais da época com prémios/palavras ou castigos, lidar com eleições e propostas de aquisição do clube por parte de outras pessoas, etc.. Há muita coisa gira que poderia ser implementada com esta versão. Relativamente ao que já existe: uma revolução no sistema de treinos.

    Bruno Gens Luís no Estádio Etihad Fonte: Facebook Bruno Gens Luís
    Bruno Gens Luís no Estádio Etihad
    Fonte: Facebook Bruno Gens Luís

    BnR: Não achas que fará falta um grande concorrente do Football Manager, um pouco do que já acontece entre o FIFA e o PES, de maneira a “puxar” pela Sports Interactive, evitando a estagnação?

    BGL: Toda a concorrência é bem-vinda, mas muito dificilmente haverá quem consiga concorrer com a SI neste momento. Começar do zero e concorrer com uma empresa com 25 anos de experiência no ramo e ramificada pelo mundo inteiro é bastante arriscado.

    BnR: Reparei que durante o teu percurso na Sports Interactive detectaste muitos casos de jogadores que jogam ou jogaram em Portugal, oriundos de África, com idades falsas. Consegues encontrar explicação para que estes tipos de casos ainda suceda em pleno século XXI em Portugal?

    BGL: Saber a razão pela qual os jogadores o fazem é fácil; tudo tem a ver com dinheiro. Jogadores de famílias pobres são seduzidos por agentes mal intencionados com sede de dinheiro, e aceitam adulterar o seu passaporte em troca de uma possibilidade de carreira num país europeu. Infelizmente muitos deles são abandonados mal chegam a Portugal e ficam por si. A Federação Portuguesa, com a ajuda do SEF, é que deveria apertar o cerco a estas situações, mas está a acontecer o contrário. Cada vez entram mais.

    Bruno Gens Luís já visitou diversos estádios internacionais Fonte: Facebook Bruno Gens Luís
    Bruno Gens Luís já visitou diversos estádios internacionais
    Fonte: Facebook Bruno Gens Luís

    BnR: Os colaboradores da Sports Interactive recebem algum tipo de privilégio por colaborarem na elaboração da base de dados do jogo? É uma colaboração curricular?

    BGL: Sim, é uma colaboração apenas curricular, com oferta de uma cópia do jogo. Mas tem aberto portas a muitos deles, que foram abordados para integrar departamentos de observação de variadas equipas espalhadas pelo país.

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    Rui Pedro Cipriano
    Rui Pedro Ciprianohttp://www.bolanarede.pt
    Nascido e criado no interior, na Covilhã, é estudante de Ciências da Comunicação, na Universidade da Beira Interior. É apaixonado pelo futebol, principalmente pelas ligas mais desconhecidas, onde ainda perdura a sua essência e paixão.                                                                                                                                                 O Rui escreve ao abrigo do novo Acordo Ortográfico.