BnR: Neste momento, a ADESL tem seis modalidades: pretendem aumentar esse número?
GR: Pretendemos aumentar o número de modalidades individuais. Era um dos objetivos que tínhamos no início do mandato. Preparar os atletas que vão competir a nível nacional para não se sentirem desapoiados nos campeonatos nacionais e não sentirem um embate tão forte, até porque a maior parte desses atletas já tem experiência por trás. Por isso é imperativo que eles já tenham tido uma prova antes que serve como preparação. Estamos, por exemplo, a preparar agora uma prova para os Campeonatos Nacionais de Atletismo com a Associação de Atletismo de Lisboa, onde o nosso objetivo é preparar cada vez mais os atletas. Já que as associações vão investir neles, então que a preparação seja feita ao máximo, até para recuperar o investimento!
BnR: E que modalidades adicionarão brevemente?
GR: O tiro com arco e algumas outras atividades que nós víssemos que em Lisboa tivessem algum impacto. O caso do atletismo, também, por exemplo, que já desde há muito tempo que não é feito. O caso de fazer, por exemplo, uma experiência em xadrez, para ver como resulta. Temos também uma novidade que vamos lançar este ano e que queremos ver qual é o impacto que terá no meio dos estudantes, que é o caso dos e-sports, que são uma novidade que queremos lançar por cada ver estar mais “na berra” e também porque é uma modalidade que pode puxar pelos estudantes que não estão habituados a fazer desporto. Acaba por ser uma prática desportiva tão forte como o xadrez, porque estamos sentados a puxar pela capacidade intelectual das pessoas, mas queremos apostar nisso, até para ver se é este caminho que queremos seguir.
BnR: Das seis modalidades que têm atualmente, apenas duas não têm equipa feminina (Futebol de 11 e Rugby). O que falta para que estas sejam criadas?
GR: É uma boa questão. Em 2016 a NOVA tinha uma equipa de Rugby. Era a única. A nível de competição não temos associações. Já o Andebol Feminino são apenas três equipas, a da FAIPL, Universidade de Lisboa e da NOVA. Ou seja, é um modelo competitivo muito reduzido e que apenas é feito para que não haja custos associados a nível de deslocações nacionais. Porque equipas certamente que haverá. O problema passa é por fazer um quadro competitivo em Lisboa para certificar que existam aqui provas dessas modalidades. Claro que é um objetivo para nós ter essas modalidades.
BnR: Que projetos têm para o futuro?
GR: Consolidar a imagem e a comunicação da ADESL e tornar os Campeonatos Universitários de Lisboa cada vez mais conhecidos. Não só entre aqueles que neles competem, mas também entre os que não o fazem, para quererem experimentar e conhecê-los. A nível de competição, a nível de fases finais, que corra tudo da melhor forma e que seja um evento que jamais seja esquecido, pelo menos por Lisboa.
BnR: A disciplina de Educação Física contínua sem contar para a média do Ensino Secundário para acesso ao Ensino Superior. Que impacto pode ter esta medida no desporto universitário?
GR: Eu acho que cada vez mais deve existir acompanhamento por parte das escolas quanto ao desporto escolar e ao desporto universitário. Porque não serve de nada investir milhões no desporto escolar e depois acabar por não replicar esse investimento no desporto universitário. Claro que é preocupante que não haja esse interesse e essa necessidade de que a Educação Física conte para a média e que não haja essa obrigatoriedade de haver uma exigência intelectual e cognitiva dos estudantes. E depois também tem de haver um trabalho base na questão do acompanhamento que existe do desporto escolar. Porque, por exemplo, se fizéssemos uma candidatura no DGES e houvesse lá um ponto que perguntasse “Fez desporto escolar?”, seria muito mais fácil fornecer dados às associações de estudantes e dar também continuidade e respostas às necessidades desportivas dos alunos.
BnR: Qual a tua opinião sobre Educação Física não contar para a média de acesso ao Ensino Superior?
GR: Não acho que esteja correto, de todo. Alguns países estrangeiros, ao nível do Ensino Superior, já aplicam algumas ECTS [Créditos Ganhos por Unidade Curricular] conforme a atividade física, e nós aqui acabamos por nos desvincular e afastar desse registo. Nos Estados Unidos, que se calhar são o maior exemplo de desporto universitário, os clubes e as faculdades estão interligadas e existe uma realidade completamente diferente. Mesmo a nível de bolsas e investimento que existe para o desporto é totalmente diferente e não tens esse aproveitamento. Nós desvinculamo-nos disto, completamente.
Foto de Capa: Bola na Rede