Barómetro Austríaco | Esqui Alpino

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    A menos de 48 horas do início dos Campeonatos do Mundo de Esqui Alpino de 2023, a serem realizados na região dos Trois Vallées, em Courchevel/Méribel, as perspetivas Austríacas não são as melhores, tendo em consideração o desempenho dos atletas desta histórica nação da modalidade, que se têm exibido, na generalidade, alguns furos abaixo do que seria expectável.

    Este país do centro da Europa, palco de emblemáticas etapas da Taça do Mundo (Soelden, Kitzbuhel, Schladming) e berço de míticos esquiadores, como Marcel Hirscher, Hermann Maier e Annemarie Moser-Proll, não tem tido os seus atletas a exibirem-se ao melhor nível durante a Taça do Mundo de 2022-2023, que têm agora uma possibilidade única de redenção com os Campeonatos do Mundo.

    VINCENT KRIECHMAYR

    Com a inesperada retirada de competição do seu compatriota Matthias Mayer, no que aos homens diz respeito, a responsabilidade pela defesa da honra Austríaca nas disciplinas de velocidade passou a estar unicamente a cargo de Vincent Kriechmayr, que se tem mostrado à altura das expectativas. O campeão do mundo em título de Super-G e de Downhill tem sido o principal destaque da Áustria na Taça do Mundo de 2022-2023, estando a mostrar aos seus compatriotas que nem tudo são cravos esta época, pelo menos para ele. Até ao momento, Kriechamyr contabiliza já três vitórias em Downhill (sendo segundo nas contas da disciplina) e um segundo lugar numa prova de Super-G.

    CORNELIA HUTTER

    No que toca à velocidade feminina, os Austríacos têm podido contar com uma Cornelia Hutter que, não sendo brilhante, tem sido relativamente consistente, sendo a austríaca em destaque nas disciplinas de velocidade. O panorama poderia ser bastante melhor, mas, tendo em conta as expectativas, não é péssimo. “Connie” Hutter, com dois pódios em Super-G e um em Downhill figura no top 10 da tabela classificativa de Downhill e no top 5 da tabela classificativa de Super-G.

    MANUEL FELLER

    O sempre imprevisível Manuel Feller, chefe de fila do Slalom e do Slalom Gigante Austríaco masculino não se tem conseguido afirmar verdadeiramente. Apesar de ter já finalizado esta temporada duas vezes no segundo lugar do pódio em etapas de Slalom e uma vez numa etapa de Slalom Gigante, tem falhado regularmente em alguns detalhes que, ora o arredam do lugar mais alto do pódio, ora o impedem de finalizar mangas.

    KATHARINA LIENSBERGER

    A campeão do mundo e vice-campeã do mundo em título de Slalom e Slalom Gigante, respetivamente, tem-se mostrado completamente irreconhecível em época de Campeonatos do Mundo e a poucos dias de defender o seu título. Se os resultados obtidos pelos austríacos nas disciplinas técnicas têm sido fracos, aqueles que as austríacas têm conseguido são desastrosos e muito por causa da sua chefe de fila, Katharina Liensberger, que tem estado bastante longe das suas melhores exibições, o que já fez soar as sirenes na Federação Austríaca de Esqui, que, como forma de alterar o rumo dos acontecimentos, optou por desmantelar a equipa técnica encabeçada pelo célebre Livio Magoni.

    OUTRAS FIGURAS

    Marco Schwarz, campeão da Taça do Mundo de Slalom de 2020-2021 e campeão do mundo em título de Combinado Alpino, após ter estado muito apagado na época anterior, tem vindo a reerguer-se nesta, com um pódio já conquistado em Slalom Gigante e uma demonstração da sua polivalência em várias disciplinas, mas está muito longe ainda do nível exibido há duas temporadas.

    Katharina Truppe, especialista de disciplinas técnicas, com o mau momento da sua chefe de fila, Katharina Liensberger, tem vindo a exibir-se a um nível razoavelmente bom em Slalom, tendo já um pódio, obtido em Killington, e fechando o top 10 das contas da disciplina.

    Johannes Strolz, campeão olímpico em título de Combinado Alpino, que tem no Slalom o seu habitat natural, tem sido uma das grandes desilusões do conjunto Austríaco, tendo este ano mais DNF’s do que provas finalizadas.

    Mirjam Puchner, uma das principais caras da velocidade feminina, está a ter uma das suas melhores épocas, sendo presença habitual no top 10 de Downhill e de Super-G e figurando no top 10 da classificação de ambas as disciplinas.

    NECESSIDADE DE RESULTADOS

    A Áustria precisa urgentemente de vitórias e de pódios regulares e os Campeonatos do Mundo podem definir uma mudança de rumo ou contribuir para um adensar da crise de resultados. A qualidade e a profundidade do plantel são inegáveis, mas os atletas austríacos têm ficado muito aquém do que seria expectável. Os atletas da Federação Austríaca de Esqui, dirigida por Roswitha Steiner, têm agora os próximos 15 dias para mostrar a sua real qualidade e dissipar as dúvidas dos céticos.

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    Miguel Monteiro
    Miguel Monteirohttp://www.bolanarede.pt
    O Miguel é um estudante universitário natural do Porto, cuja paixão pelo desporto, fomentada na infância pelos cromos de Futebol que recebia e colava nas cadernetas, considera ser algo indescritível. Espetador assíduo de uma multiplicidade de desportos, tentou também a sua sorte em algumas modalidades, sem grande sucesso, tendo encontrado agora na análise desportiva uma oportunidade para cultivar o seu amor pelo desporto e para partilhar com os demais as suas opiniões, nomeadamente de Ciclismo, modalidade pela qual nutre um carinho especial.