Catar 0-2 Equador: Valencias equatorianas marcam arranque do Mundial

    A CRÓNICA: EQUADOR DOMINOU EM TODA A LINHA, COM O AVANÇADO DO FENERBAHÇE EM GRANDE DESTAQUE

    Está aí o Campeonato do Mundo de 2022! Numa época invulgar para uma grande competição de seleções, Catar e Equador deram o pontapé de saída na competição, no Estádio Al Bayt. Num grupo com Senegal e Países Baixos, ambas as equipas saberiam que este jogo seria crucial para as aspirações de apuramento. No final, apenas os visitantes tiveram motivos para sorrir.

    A equipa sul-americana entrou melhor, a colocar a bola no fundo das redes de Al-Sheeb logo aos três minutos, só que o golo não valeu. Num livre lateral, o guarda-redes catari saiu mal à bola e deixou a baliza desprotegida para a finalização de Enner Valencia, até que o VAR descortinou um fora de jogo de Michael Estrada. Mas estava dado o aviso por parte da equipa visitante. Mas os equatorianos continuavam a ameaçar e conquistaram um penálti aos 15 minutos, por falta do guarda-redes Al-Sheeb sobre Enner Valencia. O mesmo avançado do Fenerbahçe fez o primeiro da partida, aos 16’.

    E perante tanto domínio da seleção sul-americana, não estranhou que o segundo golo surgisse ainda antes do intervalo. Moisés Caicedo descaiu do meio para a direita, fazendo um passe atrasado para Preciado, que cruzou para mais uma finalização certeira de Enner Valencia (grande golpe de cabeça). Para uma seleção que até privilegia os momentos de transição ofensiva (e deverá abordar assim os encontros seguintes do grupo), a equipa de Gustavo Alfaro estava a dominar a partida em toda a linha, frustrando os cataris, que chegaram ao intervalo com três jogadores amarelados (Valencia foi mesmo dos jogadores mais castigados fisicamente, com duas entradas em particular a deixá-lo queixoso nos instantes finais do primeiro tempo). Mesmo antes do intervalo, o Qatar teve uma grande chance para reduzir o marcador, após um cruzamento da direita de Pedro Ró-Ró, mas Almoez Ali não acertou bem com a cabeça na bola e esta saiu ao lado.

    A segunda parte foi jogada num ritmo mais baixo, com o Equador a gerir uma vantagem que não parecia ter forma de ser ameaçada, uma vez que o Catar, apesar de tentar, não parecia ter grande inspiração para mudar o rumo dos acontecimentos. O Equador foi ficando à espera do erro do adversário para criar perigo (caso de Ibarra aos 56 minutos, a proporcionar a primeira defesa de Al-Sheeb no encontro). Os treinadores foram mexendo nas equipas, mas, até ao final, pouco mais aconteceu (nota apenas para um remate mais perigoso de Muntari pelo Catar). No Equador, destaque para a saída de Enner Valencia, com queixas físicas (provavelmente, devido às faltas que sofreu na primeira parte). Resta saber se estará em condições para disputar o segundo e terceiro jogo, porque a equipa precisará bastante dele.

    O Equador terá assim, na última jornada, um jogo importante com o Senegal (que, recorde-se, está sem Sadio Mané) que poderá determinar quem segue para os oitavos de final, partindo da ideia de que os Países Baixos são os favoritos a vencer o grupo. Já o Catar não conseguiu ser sequer competitivo neste primeiro encontro e parece que vai ter um resto de Mundial penoso.

     

    A FIGURA

    Enner Valencia (Equador) – O avançado está a fazer uma boa época ao serviço do Fenerbahçe, de Jorge Jesus, já com 15 golos ao serviço dos turcos (13 no campeonato, dois na Liga Europa). Esta tarde, no primeiro jogo no Mundial, foi a grande figura da partida, dinamitando a defesa do Catar. Dois golos, um penálti conquistado e várias faltas sofridas, tudo na primeira parte.

     

    O FORA DE JOGO

    Al-Sheeb (Catar) – Pode dizer-se que tudo falhou na equipa anfitriã nesta estreia no Mundial, mas os primeiros sinais de insegurança foram manifestados pelo guarda-redes do Al-Sadd. Uma saída falhada resultou num primeiro lance que resultou num golo anulado, mas pouco depois veio um penálti cometido pelo mesmo jogador. Em jogos em que uma equipa é bastante inferior à outra, um bom guarda-redes pode ser decisivo para adiar ao máximo o primeiro golo. Não foi esse o caso hoje.

     

    ANÁLISE TÁTICA – CATAR

    Félix Sánchez manteve-se fiel ao habitual 5x3x2 para o jogo de estreia do Catar no Mundial, mas as dificuldades nos momentos iniciais foram muitas. Dos dois avançados, Afif era o que recuava mais (até ao seu próprio meio-campo, se fosse preciso), para tentar jogar com os colegas, com Hatem, médio interior esquerdo, a avançar mais, mas os cataris foram subjugados na primeira parte e não tiveram muitos argumentos para o contrariar. Para o segundo tempo, notou-se a intenção de utilizar mais os centrais externos para construir, mas os erros foram continuando a ser sendo cometidos e o Equador continuou por cima do jogo.

    11 INICIAL E PONTUAÇÕES

    Al-Sheeb (3)

    Ró-Ró (4)

    Alrawi (5)

    Khoukhi (4)

    Hassan (4)

    Ahmed (4)

    Boudiaf (4)

    Al Haydos (4)

    Hatem (4)

    Ali Afif (4)

    Almoez Ali (4)

    SUBS UTILIZADOS

    Waad (4)

    Muntari (4)

     

    ANÁLISE TÁTICA – EQUADOR

    A equipa de Gustavo Alfaro apresentou-se para a primeira partida em 4x4x2, criando muitas dificuldades aos qataris em todos os aspetos nos momentos iniciais. Destaque para Enner Valencia, com grande mobilidade no ataque equatoriano, com Michael Estrada a prender mais os atacantes adversários. Os extremos (Plata pela direita e Ibarra pela esquerda) tinham instruções para aparecer mais por dentro, para que os laterais (Preciado e Estupiñán) criassem perigo pelos flancos. Quanto aos médios, Méndez recuava para junto dos centrais no momento de construção para que os laterais pudessem subir, permitindo o adiantamento de Caicedo. No Equador, destaque também para o central Hincapié (muito bem a construir) e para o perigo das bolas paradas ofensivas. Com conforto em termos de vantagem no marcador e com superioridade no jogo, a segunda parte do Equador foi de gestão, à espera do erro catari para continuar a criar oportunidades. Quando Valencia saiu, com queixas físicas, a equipa adotou um 4x3x3, com Cifuentes a entrar para o meio-campo e Estrada a assumir-se como avançado único.

    11 INICIAL E PONTUAÇÕES

    Galíndez (6)

    Preciado (7)

    Torres (6)

    Hincapié (7)

    Estupiñán (7)

    Méndez (6)

    Caicedo (7)

    Plata (6)

    Ibarra (7)

    Valencia (8)

    Estrada (7)

    SUBS UTILIZADOS

    Sarmiento (6)

    Cifuentes (6)

    Rodriguez (-)

    Franco (-)

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    Bernardo Figueiredo
    Bernardo Figueiredohttp://www.bolanarede.pt
    O Bernardo é licenciado em Comunicação Social (jornalismo) na Universidade Católica de Lisboa e está a terminar uma pós-graduação em Comunicação no Futebol Profissional, no Porto. Acompanha futebol atentamente desde 2010, Fórmula 1 desde 2018 e também gosta de seguir ténis de vez em quando. Pretende seguir jornalismo desportivo e considera o Bola na Rede um bom projeto para aliar a escrita ao acompanhamento dos desportos que mais gosta.