Espanha 0-0 Portugal: “Hermanos” até no resultado

    A CRÓNICA: JOGO POBRE TERMINA COM NULO SEM HISTÓRIA

    O jogo amigável entre países vizinhos visava celebrar e promover a candidatura conjunta de Portugal e Espanha à organização do Mundial de 2030, mas nenhuma das seleções vinha em missão de paz. Aliás, como frisou Fernando Santos na antevisão, perder “nem a feijões”.

    Aos dez minutos, os espanhóis fizeram questão de o demonstrar; jogada de perfeito entendimento na ala esquerda e Llorente, servido já na pequena área, não fez golo porque Pepe cortou no último instante.

    Nesta altura era a Espanha quem comandava os destinos da partida. Mais bola, mais aproximação à baliza contrária, total controlo da partida. Através de saídas rápidas, embora inconsequentes, Portugal aliviava a pressão pouco exigente do adversário.

    Contudo, à passagem do minuto 23, foi Portugal a criar o lance de maior perigo na primeira parte. Chegou mesmo a introduzir a bola na baliza de Simón, mas o lance foi anulado – e bem – por falta de José Fonte nas costas de Pau Torres no momento do cabeceamento.

    Aos 27 minutos, quando Portugal tentava ter mais bola, José Fonte perdeu a posse ainda na fase de construção e os espanhóis desenharam um ataque rápido sobre a esquerda. Morata cruzou de trivela e Ferrán Torres finalizou de cabeça ao segundo poste, ligeiramente ao lado.

    A segunda parte iniciou com o mesmo Portugal sem bola, mas à procura de aproveitar qualquer desatenção contrária. No entanto, foram os espanhóis a estar próximos do golo aos 54 minutos. Morata por duas vezes não conseguiu rematar de forma certeira. Quatro minutos depois, Pepe demorou-se na ação defensiva e Llorente roubou-lhe a bola e assisitu Sarabia, que em posição privilegiada rematou por cima.

    Na resposta, Ronaldo conduziu até à linha final, cruzou na medida perfeita e Diogo Jota cabeceou ligeiramente por cima, após uma antecipação astuta a Marcos Llorente. Aos 69 minutos, Ronaldo falhou uma daquelas situações que raramente erra; na resposta a um livre lateral, saltou mais alto que todos e cabeceou para o poste mais distante, mas ao lado.

    A partir de então, a partida entrou numa fase de adormecimento mútuo, com abordagens deficientes à zona de finalização, até ao minuto 87. Nessa altura, Koke levantou um livre lateral para o interior da área e o desvio de Ferrán Torres obrigou Rui Patrício à defesa da tarde, com uma palmada essencial para manter o nulo.

    Quando Portugal já se preparava para aceitar o empate, um alívio da defesa espanhola isolou Morata, que com tudo para fazer golo, rematou com estrondo à barra. Na resposta, e também através de um livre lateral, Danilo cabeceou fraco para as mãos de Simón, onde morreu o lance e a história do amigável ibérico.

    Apito final e ninguém saiu a sorrir. Não houve pontos para repartir, não houve golos para os cerca de 15 mil adeptos permitidos no Wanda Metropolitano. Se este amigável era um trunfo para promover a candidatura conjunta, é justo dizer que a imagem passada não foi a melhor. Fica sobretudo a sensação de que espanhóis e principalmente portugueses terão de fazer muito mais quando os jogos forem a doer. Daqui por uma semana começa o Euro 2020.

    A FIGURA

    Aymeric Laporte (Espanha) – Estreia para o central do Manchester City FC com a camisola espanhola e com uma exibição acima de tudo segura e eficaz. Depois de “trocar” França por Espanha, Laporte destacou-se num jogo sem grande emoção ao alinhar cerca de 80 minutos e a efetuar mais de 70 passes, 90 porcento deles com êxito, seis recuperações de bola e uma afirmação clara de que está capaz de suprir a ausência de Sérgio Ramos da convocatória final para o Euro 2020.

     

    O FORA DE JOGO

    Fonte: Carlos Silva / Bola na Rede

    Ataque português – Mesmo sabendo que se trata de um amigável, é preciso ter em conta que o caráter de preparação é para isso mesmo, preparar a equipa para a competição que se inicia na próxima semana. Tanto Jota, como Félix e Ronaldo passaram muito ao lado da partida de hoje. Fruto do adversário e da estratégia portuguesa, é justo dizer que a tarefa não seria fácil, mas das poucas oportunidades de que dispuseram podiam e deviam ter feito melhor. À atenção de Fernando Santos, estava no banco um tal de André Silva. Talvez fosse interessante dar-lhe minutos de preparação.

     

    ANÁLISE TÁTICA – ESPANHA

    Luis Enrique arrumou a Espanha num tradicional 4-3-3, com Unai Simón novamente titular na baliza. O quarteto defensivo foi composto pela habitual adaptação de Llorente a defesa direito, Laporte e Pau Torres no eixo e Gayà na lateral esquerda.

    Busquets foi naturalmente o elemento mais recuado do triângulo do meio campo, completado com a dupla Ruiz/Alcântara, encarregues de pensar o jogo espanhol.

    Na frente, Morata atuou como a principal seta apontada à baliza portuguesa, com a companhia de Ferrán Torres e Pablo Sarabia como falsos extremos – intrometeram-se não raras vezes no jogo interior da la roja.

    11 INICIAL E PONTUAÇÕES

    Unai Simón (6)

    Marcos Llorente (6)

    Aymeric Laporte (7)

    Pau Torres (7)

    José Gayà (7)

    Thiago Alcântara (6)

    Sergio Busquets (7)

    Fabián Ruiz (6)

    Pablo Sarabia (6)

    Ferrán Torres (7)

    Álvaro Morata (6)

    SUBS UTILIZADOS

    Rodri Hernández (6)

    Pedri González (6)

    Eric García (6)

    Koke (6)

    Gerard Moreno (5)

    Diego Llorente (6)

     

    ANÁLISE TÁTICA – PORTUGAL

    Sem os atletas de Manchester que ainda gozam de algum período de descanso – Bruno Fernandes, Bernardo Silva, João Cancelo e Rúben Dias – Portugal entrou num 4-2-3-1, com José Fonte e Pepe como dupla de centrais a proteger a baliza de Patrício. Guerreiro e Nélson Semedo foram as peças eleitas para as laterais.

    Sérgio Oliveira e Danilo formaram a dupla do meio campo encarregue de controlar Fabián Ruiz e Thiago, enquanto Renato Sanches e Diogo Jota ficaram atribuídos às alas, embora passassem a maior parte do tempo por dentro, em missão defensiva.

    Cristiano Ronaldo e João Félix foram os homens da frente, sendo que o avançado do Atlético de Madrid atuou mais entre Renato e Jota do que porpriamente na frente. O avançado da Juventus FC esteve mais solto na frente, quase demitido das ações defensivas, e como referência para o passe longo nas saídas rápidas.

    11 INICIAL E PONTUAÇÕES

    Rui Patrício (7)

    Nélson Semedo (6)

    Pepe (7)

    José Fonte (7)

    Raphael Guerreiro (7)

    Danilo Pereira (7)

    Sérgio Oliveira (6)

    Renato Sanches (7)

    Diogo Jota (6)

    João Félix (6)

    Cristiano Ronaldo (6)

    SUBS UTILIZADOS

    Pedro Gonçalves (7)

    Bruno Fernandes (6)

    William Carvalho (6)

    João Palhinha (6)

    Rafa Silva (5)

    Nuno Mendes (-)

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    Diogo Pires Gonçalves
    Diogo Pires Gonçalveshttp://www.bolanarede.pt
    O Diogo ama futebol. Desde criança que se interessa por este mundo e ouve as clássicas reclamações de mãe: «Até parece que o futebol te alimenta!». Já chegou atrasado a todo o lado mas nunca a um treino. O seu interesse prolonga-se até ao ténis mas é o FC Porto que prende toda a sua atenção. Adepto incondicional, crítico quando necessário mas sempre lado a lado.                                                                                                                                                 O Diogo escreve ao abrigo do novo Acordo Ortográfico.