Leça FC 0-4 Sporting CP: Foi preciso um grande Sporting para derrubar um gigante Leça

    A CRÓNICA: ENCONTRO JOGADO A MEIO E COM UGARTE COMO PROTAGONISTA

    Adeptos lisboetas e leceiros dirigiram-se ao Estádio Capital do Móvel para um dos encontros mais esperados destes quartos de final da Taça de Portugal. Frente a frente, estavam o atual campeão nacional, Sporting CP, e o Leça FC do Campeonato Portugal que tem causado uma excelente impressão na edição atual da competição.

    O ambiente estava repleto de expetativa quanto ao que o conjunto de Luís Pinto poderia vir a fazer. Os adeptos corresponderam ao mote da “festa da Taça” e foram cantando e apoiando as respetivas equipas e iam tornando, por isso, o jogo memorável.

    O Sporting pegou no jogo logo desde o início e foi afunilando a equipa do Leça até que só se jogava no último terço dos leceiros. No entanto, as oportunidades de perigo foram inexistentes nos primeiros dez minutos da partida.  Aos 14, Tabata pegou na bola fez dela e da defesa do Leça o que quis e rematou em jeito para o fundo das redes de Gustavo Galil.

    A mudança no marcador foi o sinal de que algo tinha que mudar na forma como o Leça estava a abordar este encontro. O emblema de Leça da Palmeira optou por procurar mais a bola ao avançar as linhas na pressão à construção a três dos leoninos.

    O dois a zero chegou, aos 32 minutos, por intermédio de Matheus Nunes que aproveitou, da melhor forma possível, o impressionante esforço de Ugarte para manter a bola, mesmo no meio de dois adversários, e de a colocar jogável nos pés do médio português.

    Intensidade e inteligência no meio-campo iam sendo os únicos fatores diferenciadores entre os clubes. Ugarte e Matheus Nunes conseguiam arranjar espaços que os leceiros não viam e davam continuidade, sem dificuldades, à típica construção do Sporting.

    O apito para o intervalo veio num momento em que o jogo tinha voltado à toada inicial, com os campeões nacionais a pressionarem bastante o Leça.

    Recomeçou o jogo e viu-se uma garra do Leça que já tinha esvanecido ou pouco depois do segundo tento. A equipa não desistiu do sonho e foi com uma mentalidade renovada para tentar a remontada.

    Os golos não apareciam, mas o Leça foi carregando e aproximando-se cada vez mais da zona de perigo com alguns lances de bola parada e com jogadas construídas. Fazia-se antever uma alteração no marcador.

    E foi então que Tabata decidiu dar um murro no estomago dos leceiros. Bom lance na direita do ataque a desmarcar Ricardo Esgaio que só teve que cruzar rasteiro para Tabata fulminara a baliza do Leça, uma vez mais.

    Este que foi o derradeiro golpe na fé do Leça, mas não foi o último golo do Sporting. Nuno Santos ainda foi a tempo de cabecear para o quarto do Sporting na partida depois de um bom cruzamento de Rúben Vinagre.

    Até ao fim viram-se equipas conformadas com o resultado. Apesar do resultado é importante ressalvar que este Leça cai de pé e serve para recordar os mais distraídos que o futebol é feito de paixão e de amor à camisola.

    Os jogadores foram corretamente aplaudidos e provaram formar uma equipa bem construída e com capacidade para chegar para além do Campeonato de Portugal.

     

    A FIGURA

    Fonte: Paulo Ladeira / Bola na Rede

    Ugarte – Grande exibição do uruguaio. Jogou a seis, mas fez de tudo. Encheu o meio campo leonino com elegância e preponderância. Avista-se um jogador que vai substituir Palhinha na perfeição no futuro.

     

    O FORA DE JOGO

    Fonte: Paulo Ladeira / Bola na Rede

    Rúben Vinagre –  Embora não tenha estado mal, de todo. Foi por aquele lado que o Leça chegou mais vezes ao último terço dos “verdes e brancos”. Subia com critério e qualidade, mas ainda se notaram debilidades.

     

    ANÁLISE TÁTICA – LEÇA FC 

    O Leça, defensivamente, estava montado num 4-4-2 e deu a entender que queria procurar oportunidades para poder sair em transição. Falhou neste capítulo por ter cedido à pressão e à troca de bola do Sporting no centro do terreno, o que levou a equipa a juntar em demasia as linhas.

    Nos lances ofensivos, todavia, viam-se linha diferentes. A construir, a equipa da casa procurava a superioridade numérica na frente e deixava, por isso, apenas três centrais atrás com o lateral esquerdo Álvaro Milhazes a ter mais liberdade para explorar o flanco na totalidade.

     

    11 INICIAIS E PONTUAÇÕES

    Gustavo Galil (5)

    Materazi (5)

    Miguel Lopes (6)

    Henrique (6)

    Nuno Barbosa (5)

    Luís Neves (6)

    Nani (7)

    Jeol Mateus (7)

    Álvaro Milhazes (7)

    Diogo Ramalho (5)

    Rui Bruno (6)

    SUBS UTILIZADOS

    Diogo Rosado (5)

    Aboubacar (4)

    Jorge Monteiro (4)

     

    ANÁLISE TÁTICA – SPORTING CP

    Mais do mesmo do lado do Sporting. Ruben Amorim encarou este jogo com seriedade e manteve-se fiel a si mesmo.

    Neste sentido, Matheus Nunes e Ugarte, a dupla a meio-campo, ia fazendo a diferença pela inteligência e pela visão que davam à equipa. Com ou sem bola, arranjavam espaços e permitiam ao Sporting todo um ataque sustentado que o Leça simplesmente não conseguiu impedir.

     

    11 INICIAIS E PONTUAÇÕES

    João Virgínia (6)

    Feddal (6)

    Tabata (8)

    Matheus Nunes (7)

    Nuno Santos (7)

    Luís Neto (6)

    Ugarte (8)

    Rúben Vinagre (4)

    Tiago Tomás (6)

    Gonçalo Inácio (6)

    Ricardo Esgaio (6)

    SUBS UTILIZADOS

    Paulinho (-)

    Gonçalo Esteves (-)

     

    BnR NA CONFERÊNCIA DE IMPRENSA

    Leça FC

    BnR: Pareceu-me que o Leça tentou jogar um bocado na tentativa de sair em transição ofensiva no início da partida e que caiu em demasia na tentação de juntar demasiado as linhas. O que faltou para conseguir pressionar onde pressionaram depois do primeiro golo?

    Luís Pinto: Concordo com a análise. Mas não nios podemos esquecer que são quatro divisões de diferença e que o Sporting ó teve 3 oportunidades de perigo. Tivemos que defender constantemente, porque não conseguíamos ter bola. Mas note-se que o Sporting faz isto a clubes da primeira liga. Fomos obrigados a jogar daquela forma, principalmente pela diferença entre as realidades das duas equipas.

    Sporting CP

    BnR: Tendo em conta o que o Ugarte demonstrou hoje em termos de capacidade de se libertar da pressão e de sair a jogar entre linhas, coloca sobre a mesa a hipótese de o colocar mais vezes a jogar a oito e não tanto a seis?

    Rúben Amorim: Tem passado mais como número oito do que seis. É uma hipótese mas temos que ter em conta que temos outras duas opções, o Palhinha e o Daniel Bragança. Mas sem dúvida que tem qualidade para jogar lá e é, de facto, uma opção a ter em conta no futuro.

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    João Filipe Brandão
    João Filipe Brandãohttp://www.bolanarede.pt
    O João tem 21 anos e é uma amante da escrita jornalística e do futebol. O seu principal valor que pretende levar para sempre é a imparcialidade, não tendo, por isso, qualquer preferência clubística. A sua verdadeira preferência recai sobre o futebol enquanto modalidade. Está a tirar a licenciatura em Ciências da Comunicação na Universidade do Porto.                                                                                                                                                 O João escreve ao abrigo do novo Acordo Ortográfico.