Já tinha abordado as capacidades de Luciano Vietto na altura em que chegou a Alvalade. Agora é a vez de falar do argentino, naquela que é a sua despedida do reino do leão. O Sporting CP anunciou a venda ao Al Hilal por uma verba fixa de sete milhões, sendo que apenas irá receber metade, enquanto que a outra metade ruma ao Atlético de Madrid. Os leões conseguem assim um encaixe financeiro mínimo, acabando apenas por conseguir limpar a folha salarial de um dos melhores e mais bem pagos jogadores no seu atual plantel – auferia cerca de um milhão e meio líquidos por temporada.
Esta decisão, que deverá ter partido muito pelo jogador, (fará o melhor contrato na sua carreira, podendo chegar a receber cerca de 13 milhões de euros em três anos). Mas, também foi obra da direção leonina, analisando o facto de o Sporting CP apenas se encontrar inserido nas principais competições nacionais e acreditar ter um plantel grande para poucos jogos.
Luciano Vietto foi um dos jogadores em destaque na época transata – ainda que tenha sido bem atribulada a época leonina com quatro treinadores diferentes – onde foi o melhor reforço, acabando por ganhar ainda mais preponderância na ausência de Bruno Fernandes. No entanto, fica a ideia de que poderia ter dado ainda mais: em 40 jogos marcou nove golos e fez sete assistências. Na presente época, em cinco jogos, fez um golo e duas assistências – números bastante interessantes para um jogador que não foi titular indiscutível.
Cheguei a acreditar que Luciano Vietto poderia ser uma boa solução desportiva para o Sporting CP atual, olhando para o modelo e contexto, jogando na posição nove, quer seja sozinho, quer seja numa possível alteração estratégica – semelhante à sua entrada diante do FC Porto – que forçou os dragões a recuar e, por sua vez, colocou o Sporting CP mais destemido e mais próximo de zonas de finalização com maior presença na área adversária.
Não creio que seja o melhor timing para vender Luciano Vietto, à semelhança do que aconteceu no final do mercado na época passada, no qual não se conseguiu colmatar as ausências. Resta perceber como irá o Sporting CP adaptar-se neste momento, sendo que fica apenas com um ponta de lança de raíz no seu plantel – que atualmente não é titular – pois Luiz Phellype está lesionado, sendo que a equipa leonina vai revelando algumas dificuldades em chegar ao golo. O argentino é um jogador diferenciado, capaz de jogar entrelinhas e de dar maior critério e definição no último terço e que, apesar dos números da época passada, é de facto um jogador com faro de golo e com inteligência e capacidade para ser útil.
Em suma, fica um sabor agridoce, pois até posso tentar compreender o negócio tendo em vista a pouca competição que o Sporting CP irá ter jogando praticamente de semana a semana, mas a verdade é que o Sporting CP contrata o argentino por sete milhões e meio na época transata – por 50% do passe – e passado um ano vende o jogador por sete milhões, onde apenas vai receber metade. Mais uma vez, o Sporting CP vende um jogador para poupar em salários – à semelhança do que aconteceu com Bas Dost – dando um sinal negativo da sua vida financeira, numa altura em que já amortizou mais de 40% das receitas do contrato com a NOS e onde até tem recebido algum dinheiro em transferências, como é o caso de Bruno Fernandes, Acuña ou até Wendel – perdendo assim mais um dos seus principais ativos.