O esloveno Matej Mohoric (Bahrain-Victorious) alcançou a sua maior vitória da carreira, após o triunfo deste sábado, no primeiro Monumento do ano em disputa, a icónica clássica Milano-Sanremo. Depois de uma descida brava do ciclista da Bahrain, e com alguma indecisão até ao final, ninguém conseguiu alcança-lo até à meta.
O francês Anthony Turgis acabaria por ser segundo, apenas dois segundos atrás do esloveno, depois de um ataque nos instantes finais, quando seguia no grupo perseguidor. O regressado à estrada, Mathieu Van der Poel (MVDP), finalizou no pódio final, liderando um grupo de seis unidades.
A verdadeira corrida começava nas ascensões à Cipressa e ao Poggio. O grupo final era composto por cerca de 25 unidades, quando já estava ultrapassado o Poggio, e depois da UAE Team Emirates e a Jumbo-Visma terem destruído o grupo principal na subida à Cipressa.
POGGIO! 🤯#MilanoSanremo pic.twitter.com/mcHJdRuiLb
— Milano Sanremo (@Milano_Sanremo) March 19, 2022
Tadej Pogacar foi quem mais atacou no Poggio, pelo menos três vezes, mas houve sempre alguém que conseguia responder aos movimentos do esloveno. No entanto, acabou por fracionar ainda mais o grupo. De seguida vinha a descida até à zona da meta, e, onde o terreno desce, Mohoric é exímio. O campeão nacional esloveno de estrada arriscou muito e desceu como é seu apanágio, com a curiosidade de ter utilizado um “dropper seatpost”, que basicamente permite baixar o assento do corredor, normalmente ligado ao BTT, e que até pareceu ajudar o ciclista a adotar uma postura mais aerodinâmica na descida.
Wout Van Aert era apontado por muitos como o principal favorito, mas não foi além do oitavo posto. A marcação entre MVDP e Van Aert é sempre muito grande, nas provas em que ambos participam e, muitas vezes, acaba por dar em nada, com os seus adversários a aproveitarem-se da situação.
Lost for words. Thanks to @BHRVictorious @MeridaBikes and @visionmy for making this possible.
Thanks to my teammates for looking after me the whole day 👊🥇
📸 @bettiniphoto pic.twitter.com/4WLQW5nXjx— Matej Mohoric (@matmohoric) March 19, 2022
“Eu estive a pensar nesta corrida durante todo o Inverno”, referiu à imprensa o corredor esloveno.
Mohoric marcou a corrida com o complemento diferente na sua bicicleta: “A equipa teve a ideia de utilizar um “dropper seatpost”, porque a corrida era boa para mim e tinha uma descida na parte final. Sabia que se eu pudesse treinar devidamente e estar em boas condições, suficientemente boas para não ser largado no Poggio, teria uma hipótese de fazer a minha melhor descida e arriscar um pouco, e talvez poder aguentar até à vitória. Estava em perfeitas condições depois de ter adoecido em fevereiro, mas depois, infelizmente, tive um grande acidente, quando o Julian Alaphilippe caiu na Strade Bianche, e magoei bastante o joelho. Estive fora da minha bicicleta durante três ou quatro dias”.
“Destruí o ciclismo, agora todos vão querer usar o “dropper post” nas bicicletas”.
“Hoje estou aqui, não estava a ir muito bem, mas foi o suficiente para ficar com os melhores no Poggio. Fui all-in e não posso acreditar. Estou sem palavras”, concluiu o ciclista vencedor.
Esta vitória também é histórica para a competição, visto que nunca um esloveno tinha ganho a clássica italiana, aconteceu na 113.ª edição!