Robert Lewandowski – E se a Polónia fosse a Argentina?

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    A pergunta pode parecer estranha, já que os dois países – aparentemente – nada têm em comum. O polaco Robert Lewandowski é o principal culpado desta trama. Se o avançado tivesse nascido na Argentina, a Bola de Ouro seria mais do que uma miragem?

    Depois de brilhar no Dortmund – impossível esquecer o fantástico jogo frente ao Real Madrid para a Liga dos Campeões –, Super Lewa deu continuidade no Bayern e o início da segunda temporada no clube deu-lhe o estatuto de jogador em melhor forma na Europa. Como? A época de 2015/16 nem estava a prometer muito –  chegou a ser suplente – e foi numa saída do banco que acabou por virar a sua época para um nível estratosférico. A (pequena) adversidade foi o impulso negativo necessário para o seu melhor futebol e ousou marcar cinco golos em nove minutos! Quem sofreu com isto foi o Wolfsburgo, apenas um dos candidatos ao título, e a partir daí foi sempre a subir. São 22 golos em 14 jogos, simplesmente impressionante.

    O seu rendimento na selecção acaba por ser um reflexo do que se tem passado no clube. Marcar é, para ele, o processo mais natural do mundo e ele encerra em si todas as qualidades que um avançado deve ter: astuto a procurar o espaço vazio, rápido nas transições ofensivas, tecnicamente evoluído, capaz de entender todos os momentos do jogo e com faro pelo golo. Apesar das selecções que encontrou na fase de apuramento, o jogador continuou a marcar e acabou por igualar o recorde de golos (13) numa qualificação para um Europeu. Não que seja um recorde impossível de bater – o recorde era do norte-irlandês David Healy (?) – mas continua a ser mais um apontamento para juntar aos feitos que tem conquistado. A Polónia está no Euro e 2016 poderá trazer ainda mais surpresas para uma selecção que junta alguns talentos como Kuba, Milik e Krychowiak.

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    Lewandowski comandou a Polónia rumo ao Euro’2016
    Fonte: Facebook Oficial de Robert Lewandowski

    E a Argentina? O oceano separa o seu país de nascimento do território argentino. Messi e Ronaldo são indiscutíveis na luta pela Bola de Ouro – mesmo quando passam por momentos mais sombrios – e não parecia existir ninguém para ombrear com eles. Neymar e Suaréz vivem na sombra do super-astro argentino e Bale não consegue explodir na sua plenitude. E se Lewandowski tivesse nascido no país de Maradona?

    A recta final de 2016 não terá Messi, já que o argentino está lesionado e 3 meses de fora seria o suficiente para deixá-lo desgastado na luta, mas há um trunfo chamado Liga dos Campeões. Apesar de as votações encerrarem algum tempo antes, sabemos que os meses que antecedem o anúncio do vencedor são cruciais – foi assim que Ronaldo ganhou a Bola de Ouro o ano passado. Maradona está nas costas de Lionel Messi e Eusébio nas de Cristiano Ronaldo. E Lewandowski? Quem o protege?

    Foto de Capa: Facebook Oficial de Robert Lewandowski

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    Alexandre Ribeiro
    Alexandre Ribeirohttp://www.bolanarede.pt
    Nasceu com a bola nos pés mas rapidamente percebeu que fora de campo o proveito poderia ser maior. Desde cedo que se deixou fascinar pela força, beleza e capacidade de renovação que o futebol pode ter.                                                                                                                                                 O Alexandre não escreve ao abrigo do novo Acordo Ortográfico.