Meio-campo de luta – Gabi e Koke têm o espírito que Simeone deseja. Não dão um lance por perdido, correm quilómetros durante um jogo e se Gabi dá mais garantias defensivas, Koke é o médio que aparece muitas vezes em zona de finalização. São os dois titulares indiscutíveis há 5 anos, imagine-se como se conhecem. Saúl Ñíguez é um criativo, um jovem de 21 anos, mas que dá plena confiança ao treinador, que nos grandes jogos não tem abdicado dele e tem obtido respostas à altura.
Mas é no ataque que o Atlético tem ganho uma nova vida. Os rojiblancos têm hoje dianteiros que aliam capacidade técnica e velocidade como não tiveram em nenhum ano de Simeone. Habituados a um ponta-de-lança fixo ao longo das últimas épocas (Diego Costa, Falcao, Mandzukic ou Jackson Martinez), os colchoneros lançam-se agora de outra forma no processo ofensivo. Sem uma referência no meio dos centrais adversários, as constantes trocas de posição baralham por completo as defesas contrárias. A velocidade com que Ferreira Carrasco, Gameiro, Griezemann ou Ángel Correa deambulam das linhas para o centro e vice-versa, permitem a qualquer um destes jogadores aparecer tanto a assistir como a finalizar.
Em jogadas rapidíssimas de ataque, enquanto um destes jogadores conduz a bola, num ápice os restantes colegas de dianteira posicionam-se para finalizar, dividindo-se entre o segundo poste, a entrada da área ou mesmo na boca da baliza, dando inúmeras soluções a quem os vai servir. Qualquer equipa que permita espaço nas costas da defesa, dificilmente consegue suster as investidas de Griezemann ou Gameiro, que são letais só com o guardião pela frente. Ferreira Carrasco também tem faro de golo e cada vez mais apuradas as diagonais, seja da direita ou da esquerda para o centro, aplicando depois o remate colocado que lhe é conhecido. Não esqueçamos Gaitán, que apesar de não ter tanta velocidade, é senhor de uma técnica incrível e assim que esteja adaptado às ideias de Simeone, também vai ser de grande utilidade, principalmente contra equipas que não concedem o tal espaço.
Uma equipa que defende tão bem como o Atlético, que tem a maioria dos jogadores juntos há quatro ou cinco épocas e um ataque cada vez mais letal, habilita-se a ganhar muitas vezes. E tem um treinador que sabe que quando não dá para golear o adversário, ganhar por 1-0 também vale três pontos. O Atlético é cada vez mais uma equipa cínica, que pica quando o adversário pensa que tem tudo controlado. Que se cuidem, Real e Barça, pois ‘El chulo’ parece estar a olear bem a máquina.
Fonte: Club Atlético Madrid