Qué pasa, Barça?

    A equipa deixou-se ir, em motor automático. Os talentos deixaram de se preservar, dando prioridade à gestão física, e o resultado foi um aviso do desperdício de talento – 2-2 aos 63 minutos de jogo, que se viria a manter, num resultado que acabou por ser lisonjeiro para este conjunto de gente super-talentosa.

    Iniesta, Arda Turan e Mascherano, incrédulos, perante a eminente eliminação da Liga dos Campeões Fonte: UEFA Champions League
    Iniesta, Arda Turan e Mascherano, incrédulos, perante a eminente eliminação da Liga dos Campeões
    Fonte: UEFA Champions League

    Não se deu muito atenção a esse jogo, até porque houve pausa para as selecções, mas no regresso, no eterno clássico da Liga Espanhola, o Barcelona voltou a entrar com “pé mole” e, para além de não apresentar futebol suficiente e ter jogado para o empate, mesmo reduzido a 10, foi outra vez avisado pelo destino: o Real venceu por 1-2 em Camp Nou. Aí começaram a haver críticas, aí soou o alarme, mesmo havendo a atenuante da gestão física para os quartos-de-final da Champions, onde encontrou o Altético que não foi capaz de vencer em Camp Nou, como o rival, mas teve audácia suficiente para começar a vencer e sair de lá derrotado pela margem mínima, mesmo com um jogador a menos durante mais de 45 minutos, numa partida em que o Barça tentou, mas viu o talento castigar o desprezo que lhe fora dado. Amuado, voltou a não aparecer. Em San Sebástian, no Calderón e ontem, no Camp Nou, diante do Valência.

    Messi e Neymar são os casos mais evidentes deste “castigo”. Messi não faz os piques que fazia antes do jogo de Villareal, encontra-se num momento irreconhecível e Neymar já não tem a mesma alegria de outrora. A equipa joga menos, muito menos sem o contributo da magia destes dois.

    Compreensível a dependência do Barcelona, obviamente, mas a paga por ela é demasiado penosa. Pela auto-estima de dois dos principais fornecedores de alegrias achar-se em parte incerta. As críticas chovem, obviamente, numa amplificação tremenda que só um clube como o Barcelona pode gerar, e desta vez não parecem existir guarda-chuvas suficientes para que não entrem “pingos” no balneário, obviamente afectado, com um rendimento aquém do esperado face à posição intranquila que se vive: agora o Atlético divide a liderança com o Barcelona, depois de recuperar 12 (!!!) pontos, e o Real está a apenas um ponto de distância. Vale (vale mesmo?) aos blaugrana o consolo de saber que os rivais têm a Champions onde se focar.

    Não se deve treinar aspectos tácticos, nem corrigir posições. É hora de tratar da mente. Este Barcelona precisa de um psiquiatra que lhe prescreva um remédio que combata a sobranceria.

    Foto de capa: FC Barcelona

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