Na base desta recuperação de um passado glorioso está uma postura agressiva de recuperação à perda de bola no meio-campo contrário (quase que fazendo lembrar o “geggenpressing” de Jurgen Klopp, sobretudo no Borussia Dortmund) exemplarmente interpretado pela frente de ataque e ainda melhor auxiliada pela segunda linha de pressão.
Na primeira instância, consoante o jogo contrário parta da direita ou da esquerda, surgem, respectivamente, Traoré ou Younes, juntamente com Dolberg, peça fundamental na primeira linha de defesa, a condicionar o portador da bola. A suportar esta pressão surgem, sobre a direita, Klaasen (que jogador se está a tornar!) ou Ziyech, uma das revelações da época.
A partir daqui, cria-se muito perigo forçando o erro contrário, com muito mérito próprio. Porém, não se esgota aqui a força desta Ajax. Em construção, esta equipa sempre o que fazer, sob a batuta de Davy Klaassen, que se afirma, esta época, como um exímio queimador de linhas com e sem bola, integrando-se com classe no ataque (15 golos e 10 assistências esta época).
Ao holandês de 24 anos junta-se uma das pérolas deste Ajax: Hakim Ziyech. O marroquinho tem a magia africana nos pés e parte para o drible com a confiança de quem não os está habituado a perder. Uma irreverência que tem ajudado, sobremaneira o Ajax, como exemplifica a exibição diante do Lyon na primeira mão da Liga Europa: três dos quatro golos dos holandeses foram assistidos por ele.