Nem tudo é bonito neste Ajax, porém. Dada a pressão que exerce sobre o portador da bola, costuma deixar algum espaço nas suas costas, que, não sendo bem colmatado pela linha defensiva (muitas vezes nota-se um fosse entre a segunda linha de pressão e a defensiva), é frequentemente aproveitado por quem sabe jogar em profundidade.
No cômputo geral, contudo, esta é uma equipa que faz brilhar os olhos aos românticos do futebol. Aqueles que se lembram do Ajax dos anos 70, 80 e 90 ou os que, não se lembrando, gostam de ver o jogo pelo jogo, com todo o futebol positivo que daí advém.
Jogadores como Zyiech, Klaassen, Dollberg, Touré e o trabalho de Frank de Boer, aproveitado, e muito bem, por Peter Bosz (há muito encarteirado a querer dar destaque apenas ao técnico atual, caíndo num erro de observação e de memória gravíssimo) fizeram, também, renascer a glória de um clube que se julgava perdido para a mesma. Fizeram-nos ver que somos nós os únicos responsáveis por encurtar a distância que o tempo cria entre o presente e o que já foi melhor de nós.
Foto de Capa: Goal.com