Veredito
Diz-se que os problemas num clube começam de cima para baixo. Assim, temos de olhar primeiro para Shahid, que muito tem por que responder quanto à catastrófica campanha numa época que se achava promissora. De boas intenções está o Inferno cheio, e Shahid não se pode esconder atrás do amor pelo clube para justificar as decisões tomadas ao longo desta época.
Jokanovic também terá sido arrogante na sua abordagem à Premier League: com raras exceções, como é o caso dos Wolverhampton Wanderers, um clube recém promovido não pode voltar ao escalão principal do futebol inglês e esperar fazer um brilharete naquela que é a melhor liga do mundo. Tome-se o exemplo do Burnley FC: promovida em 2014, esta equipa manteve-se na Premier League através de um futebol pragmático, pouco atrativo e muito criticado, mas que lhe valeu o seu espaço neste campeonato, onde pode, com bases financeiras sólidas, começar a pensar num salto para o patamar seguinte, através de um investimento controlado e sóbrio.
Os jogadores são talentosos, mas faltou-lhes direção. Taticamente, uma lástima, e mentalmente imaturos. Situações como a discussão entre Mitrovic e Kamara a meio de um jogo não podem acontecer num clube profissional. Tom Cairney, capitão de equipa desde os tempos do Championship, não esconde a desilusão com esta época e, ao que tudo indica, irá ficar com o clube neste momento menos bom. Será de esperar que grande parte da esperança que os adeptos têm num regresso à Premier League recaia sobre os seus ombros.
É um clube morto, com vários suspeitos. Os adeptos querem apontar o dedo a toda a gente, e talvez até tenham razões para tal. Mas uma coisa é certa: os Cottagers têm potencial para muito melhor e, se as três vitórias consecutivas que conseguiram após a garantia da despromoção forem um indicador fiável, ainda voltaremos a ver os homens de preto e branco nos grandes palcos de Inglaterra.
Foto de capa: Fulham FC