O calendário apregoava duelo de titãs para hoje e Old Trafford não desiludiu. O teatro dos sonhos estavam a abarrotar e o Manchester United começou mesmo com mais iniciativa e mais bola. Blind e Fellaini não descolavam de Fabregas e Matic e asfixiavam o meio-campo do Chelsea. Cahill teve inclusive que ser ele próprio muitas vezes a transportar a bola para o meio campo ofensivo do Chelsea. O United crescia em campo e o ambiente cresceu com ele. Contudo, o Chelsea permanecia compacto e muito organizado e causava dificuldades aos Red Devils para chegar ao último terço.
Poucas oportunidades nos primeiros 15 minutos, mas uma grande jogada de Januzaj e RVP incendiou uma cadeia de transições frenéticas (2 para o Man Utd e 1 para o Chelsea) que finalmente nos trouxe o ritmo idiossincrático da Premier League. Di Maria, com liberdade total, explorava o espaço ofensivo, e o Manchester United começava a conseguir penetrar o último terço… Os pupilos de Van Gaal subiram as linhas e a quantidade de jogadores no meio campo defensivo do Chelsea começou a ser demasiada, até mesmo para a perfeita organização defensiva de Mourinho suportar. O Chelsea tentava fazer uso do espaço que isso gerava nas costas da defesa do United e ia conseguindo fazer uso através de um roubo de bola de William a meio campo, que arrancou disparado para a baliza, sendo desarmado por Smalling depois. Aos 36 minutos os Blues reclamaram penalty sobre Ivanovic, na sequência de uma bola parada (a meu ver com alguma razão). O Chelsea podia mesmo ter chegado ao intervalo a ganhar, após uma grande chance para Drogba depois de um passe atrasado de Óscar, mas De Gea estava lá para segurar a igualdade.… Tudo empatado ao intervalo mas com o United por cima, com mais bola, mais iniciativa e mais perigo. Daley Blind foi uma autêntica sombra de Fabregas nos primeiros 45 e isso colocou muitas dificuldades aos Blues.
O Chelsea começou melhor a segunda parte e esta anunciava mais iniciativa do Chelsea. Hazard tirou uma jogada maravilhosa da cartola, De Gea negou-lhe o golo desviando a bola para canto; mas nesse mesmo canto, Drogba ganhou a frente do lance, cabeceando para o fundo das redes. Nem um desvio de Robin Van Persie conseguiu tirar o golo ao veterano do Chelsea. Mourinho punha-se em vantagem no seu duelo frente a Van Gaal, mas as tropas do holandês não desistiram e aos 78 minutos RVP podia ter mesmo empatado, não fosse uma brilhante defesa de Thibaut Courtois. Entretanto Mourinho tirava Óscar e metia Obi Mikel, enquanto Van Gaal tirava Mata e lançava o miúdo James Wilson.
O público delirava com a perseverança que os Reds demonstravam na busca do empate e aos 93 minutos; após uma falta e consequente expulsão de Ivanovic, o United conquistava o golo pelo qual tanto lutou! Di Maria meteu a bola na cabeça de Fellaini e depois da defesa de Courtois, na recarga, Van Persie fez as redes balançar. A vontade de José Mourinho de guardar o resultado custou caro aos Blues.
Final dramático em Old trafford. O golo tardio trouxe justiça ao resultado. Se de um lado tivemos um Chelsea muito eficiente e compacto, do outro tivemos uma equipa emocionante, esforçada e com muita iniciativa. É caso para dizer que Van Gaal tem um projecto muito emocionante nas mãos e que, com tempo e espaço, deste projecto poderá surgir uma das melhores equipas do mundo.
A Figura:
Considero Robin Van Persie o homem do jogo por ter sido o homem que colocou justiça no resultado, ainda que tão tardiamente.
O Fora de Jogo:
Considero Juan Mata o mais merecedor desta distinção, pois pouco se fez notar em campo e esteve simplesmente muito abaixo daquilo que qualquer adepto do Manchester United espera dele.