Marco Silva e a ‘relegation’: O fracasso não conta tudo

    Ainda que o futebol jogado tenha melhorado com Marco Silva, os erros defensivos foram também penosos em certos jogos e, em detalhe, acabaram por deitar tudo a perder e deixar o treinador português a abanar a cabeça de desilusão e frustração no banco de suplentes.

    Analisando as jogadas e os golos sofridos pelo ‘Hull’ facilmente concluímos que os tentos concedidos aconteceram entre os centrais ou no espaço lateral-central ou nas costas dos centrais. Em equipas que precisam de pontos como os pulmões de oxigénio a reincidência nos erros defensivos são fatais.

    Vou usar três jogos exemplificativos deste diagnóstico, as duas maiores derrotas de Marco Silva, 4-0 com Everton (29ª jornada) e Crystal Palace (37ª jornada), o jogo que sentenciou a pena do Hull, no último domingo, e a partida da derrota proibida diante de um despromovido Sunderland (36ª jornada).

    Defoe setenciou uma "derrota proibida" Fonte: GettyImages
    Defoe setenciou uma “derrota proibida”
    Fonte: GettyImages

    No jogo em Merseyside, os golos surgiram de solicitações nas costas da defesa ou, o último golo, uma oferta de Maguire ao atrasar a bola para Jakupovic e Lukaku a intercetá-la primeiro. No encontro com o Sunderland, um ataque perdulário e dois lances consentidos em bola parada no coração da área foram fatais, com Ranocchia a falhar no primeiro golo e Maguire no segundo.

    Agora passando para a partida com o Crystal Palace do ‘Big Sam’ Allardyce, comecemos por falar no central italiano a chegar aos trinta anos e que, já arredado da seleção principal transalpina, de empréstimo em empréstimo, tenta mostrar ao Inter de Milão que pode voltar a ser primeira opção.

    O primeiro golo dos ‘The Eagles’ (‘As Águias’) deixa qualquer treinador em estado de ira. Acontece logo aos três minutos e mostra bem o sintoma suicida que afundou a equipa de Marco Silva. Lançamento lateral de Maguire em reduto defensivo, o meio-campo contrário recupera a bola e lança nas costas de Ranocchia que, com a bola ao alcance, falha primariamente o corte e isola Zaha para o 1-0. No segundo, Benteke surge sozinho no coração da área a saltar sobre Maguire, na sequência de um canto, e os dois últimos nem vale a pena analisar muito porque aconteceram nos últimos minutos, numa altura em que, na cabeça dos jogadores, já não havia mais nada a não ser o Championship.

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    Rúben Tavares
    Rúben Tavareshttp://www.bolanarede.pt
    O futebol foi a primeira paixão da infância, no seu estado mais selvagem e pueril. Paixão desnuda. Hoje não deixou de ser paixão, mas é mais madura, aliada a outras paixões de outras idades: a literatura, as ciências sociais, as ciências humanas.                                                                                                                                                 O Rúben escreve ao abrigo do novo Acordo Ortográfico.