Stoke City FC – O Pesadelo dos Gigantes

    cab premier league liga inglesa

    O Stoke City FC ocupa atualmente [19 de Janeiro] a sétima posição na tabela classificativa da Barclays Premier League. A acrescentar a esta excelente campanha, o Stoke tem sido um autêntico tomba gigantes. Perante este conjunto já pereceram Chelsea FC, Manchester United FC e Manchester City FC. Mark Hughes montou um conjunto com muita qualidade e que pode ser um verdadeiro candidato às competições europeias.

    Ao olharmos para o plantel dos Potters podemos facilmente encontrar vários jogadores cujo talento é inegável. Entre estes destacam-se Marko Arnautoviç, Xherdan Shaqiri, Mame Diouf, Bojan Krkiç e Ibrahim Afellay, três dos quais contam com um trajeto na europa notável, com passagens por gigantes do futebol europeu, como o Bayern FC e o Barcelona FC.

    O Stoke City desta época tem sido um dos melhores das últimas décadas. A equipa pratica um futebol muito atrativo, rápido, ofensivo, mas sustentado. Mark Hughes instituiu na equipa uma qualidade defensiva que a torna numa das melhores do campeonato (muito à imagem do treinador galês). Para o quarteto defensivo conta com Ryan Shawcross, Glen Johnson, Erick Pieters, Phillipp Wollscheid e Geoff Cameron. Cinco jogadores experientes, muito fortes, altos e, na sua generalidade, relativamente rápidos. Pois bem, com estas qualidades físicas, aliadas à inteligência tática que as equipas de Hughes costumam ter e juntando ainda um grande guarda-redes, como é Jack Butland, tornam a defesa dos Potters na quinta menos batida da liga.

    Para além da excelente capacidade defensiva, há outro fator que tem contribuído largamente para esta excelente campanha: os resultados frente aos gigantes. Se nos debruçarmos sobre os resultados obtidos esta época frente ao top sete da época passada, em oito jogos, os pupilos de Hughes conquistaram 14 pontos. Ou seja, obtiveram quatro vitórias (Chelsea, United, City e Southampton), dois empates (Tottenham e Arsenal) e duas derrotas (Arsenal e Liverpool), podendo ainda destacar-se o empate caseiro obtido frente ao Leicester City FC.

    O registo caseiro do Stoke também merece destaque neste artigo. De facto o Britannia tornou-se nos últimos dois anos num dos mais difíceis de visitar no campeonato. Esta temporada, registam o sétimo melhor registo caseiro da liga, com cinco vitórias, quatro derrotas e dois empates. Curiosamente, das sete derrotas desta época, precisamente quatro são em Stoke-on-Trent. No entanto, para os grandes esta deslocação tem sido um autêntico pesadelo. Com a exceção do Liverpool, ainda nenhum gigante inglês conseguiu ir além do empate no Britannia Stadium. As razões para este registo não são muito lineares. A verdade é que se trata de um estádio onde as condições climatéricas são frequentemente adversas, mas que não são pouco comuns em Inglaterra. Elevada precipitação, temperaturas muito baixas e, por vezes, ventos muito fortes são cenários que normalmente dificultam a prática de futebol, especialmente das equipas grandes, que costumam assumir a posse, trocar muito a bola e jogar pelo chão. A verdade é que, seja por que razão for, quer sejam as condições climatéricas, quer seja a qualidade de jogo imposta pelo Stoke nos jogos caseiros frente aos grandes, os tubarões ingleses demonstram enormes dificuldades em jogar neste estádio.

    Stoke
    O trio maravilha do ataque do Stoke
    Fonte: Facebook do Stoke City

    De facto, o trajeto do Stoke tem sido extraordinário e muito se deve ao trabalho efetuado tanto pela equipa técnica como pela direção nos últimos anos. O projeto deste clube tem-se baseado numa evolução estável, não comprometendo as finanças do clube, mas ao mesmo tempo procurando trazer jogadores que dêem garantias. São exemplos disso Wollscheid, Shaqiri, Bojan, Arnautovic, Diouf e Afellay. Desde a promoção à Premier League que o clube tem procurado subir na tabela, tendo conseguido alcançar a primeira metade nas últimas duas temporadas, ao obter dois nonos lugares. O futebol praticado pela equipa melhorou claramente com a chegada do novo técnico, precisamente em 2013-2014. Com Hughes houve jogadores que se assumiram como fundamentais neste percurso. Jogadores como Glenn Whelan, Arnautovic, Shawcross e Begovic – até à sua partida para o Chelsea, quando Butland assumiu o seu papel – são neste momento alguns dos indiscutíveis no onze dos Potters.

    O trio de médios ofensivos, composto por Arnautovic e mais dois – Afellay, Shaqiri e Bojan são as alternativas –, tem sido um autêntico tormento para as defesas adversárias. Qualquer avançado servido por estes três ficará satisfeito com as oportunidades em frente à baliza que lhe são concedidas. Em atividade e movimentações constantes, estes três criam oportunidades, abrem espaços e fazem desmarcações constantes que desorientam as defesas. Além de imprimirem muita velocidade ao jogo, são jogadores com uma capacidade técnica formidável e com uma disponibilidade física espantosa. Aliás, Arnautovic, com sete golos na liga (é o melhor marcador da equipa), é quem merece maior destaque nesta época dos Potters. Forte, rápido, inteligente; com bom drible, boa capacidade de remate, visão de jogo, muita entrega e qualidade nas bolas paradas. Estas são algumas das inúmeras qualidades que podem ser exaltadas quando se se refere ao austríaco, que atua, habitualmente, no flanco esquerdo do ataque do Stoke.

    Assim, conclui-se dizendo que esta equipa tem tudo para continuar esta grande campanha e para acabar numa posição que deixe os seus adeptos orgulhos. Hughes pode ter encontrado aqui o seu nicho, o lugar onde pode finalmente confirmar o grande treinador que é. Os Potters têm um plantel que permite aos adeptos sonhar com mais uma participação europeia e um timoneiro que tem todas as condições para o fazer. Até lá, acredito que muitos grandes cairão perante este Stoke e que este conjunto ainda dará muito que falar.

    Fonte imagem de capa: Facebook do Stoke City

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    Afonso Pais
    Afonso Paishttp://www.bolanarede.pt
    O interesse pelo futebol surgiu já tarde, por volta dos 11 anos, mas a paixão pelo desporto rei é enorme. Em Portugal, o seu clube do coração é o Sporting Clube de Portugal. Lá fora, e pelo enorme interesse que tem na Premier League, o Chelsea FC é a equipa que apoia, pela qual também sofre e rejubila.                                                                                                                                                 O Afonso escreve ao abrigo do novo Acordo Ortográfico.