Um golpe duro para os lados de Milão foi ter despedido Massimiliano Allegri sair em janeiro de 2014 – após uma derrota de 4-3 contra o recém promovido Sassuolo – para depois ver o técnico italiano a conquistar quatro scudettos consecutivos com a Juventus FC.
No plano financeiro, a situação continua negativa. O AC Milan não falhou a apenas o acesso à Liga dos Campeões. Falhou, também, o acesso à Deloitte Football Money League: um estudo que identifica os 20 melhores clubes mundiais, no que toca a lucros. Realizada desde 1997, esta é a primeira vez que o emblema italiano fica fora da lista. Em 2011, era o sétimo classificado.
Em abril de 2017, o clube foi comprado a Silvio Berlusconi pelos investidores chineses Rossoneri Sport, com Li Yonghong a tornar-se no novo presidente. Apesar de o próprio ter dito, em janeiro deste ano, numa conferência de imprensa, que estava tudo em condições a nível financeiro, a Reuters noticiou (a 21 de março) que Li Yonghong ainda não pagou os empréstimos feitos pelo fundo de investimentos americano Elliot. Isto coloca o AC Milan em risco de sair das mãos do empresário chinês e passar para as mãos deste fundo. Mas Gennaro Gattusso, o atual treinador (que participou, como jogador, da conquista do último scudetto do AC Milan), também fez questão de afirmar que está tudo em ordem com a direção de Li Yonghong, recusando as alegações de ingerência financeira.
Com quatro épocas sem Liga dos Campeões – e o melhor resultado na Liga Europa a ser a chegada aos quartos de final nesta época -, os rossoneri parecem ter entrado num ciclo vicioso: os resultados em campo prejudicam as finanças e a situação precária das finanças pode impossibilitar a recuperação desportiva do clube. Jovens promessas como Gianluigi Donnarruma poderão ter de ser vendidas para equilibrar as contas e também para ajudar a escapar ao fair-play financeiro, com o qual o AC Milan se encontra a braços, após o forte investimento (infrutífero) desta época, segundo avança a Sky Sports.
O que se passou (e o que se passa) foi (e é) isto. Para onde caminham, então, os rossoneri? Essa é a pergunta à qual ninguém quer responder, talvez porque a resposta pareça óbvia. Entre derrotas, despedimentos, vendas e compras, nada indica que este gigante adormecido do futebol europeu e mundial irá acordar tão cedo.
Foto de Capa: AC Milan
Artigo revisto por: Jorge Neves