Treinadores portugueses treinam pelo mundo inteiro. Onde treinam os brasileiros?

    Estavam um português, um alemão e um brasileiro, na esplanada do Banana Café, em Lisboa, a discutir futebol. Às tantas, para enorme pouca surpresa dos outros dois, o brasileiro exclama, com o fervor típico das grandes mentes: “Quem não sabe, estuda!”

    Aqui termina (ou começa?) a anedota que me deu vontade de escrever este artigo.

    Foi há uma semana que me embrenhei na desafiante tarefa de escrever sobre a final da Libertadores e admito, sem pudor, que depressa percebi o porquê de nunca ter sentido qualquer tipo de chamamento divino por parte do futebol brasileiro.

    No dia seguinte, após uma noite muito mal dormida, graças a um “mas afinal, que raio foi aquilo?!”, que não me largava, fui como que por milagre surpreendida pelo tweet que me faltava para terminar de montar o puzzle na minha cabeça.

    Posto isto, desafiei-me a examinar o que me parece ser a realidade do futebol e dos treinadores que provêm do país irmão. E para isso, posso começar por responder à pergunta:

    Onde treinam os técnicos brasileiros? Não treinam, meus amigos. Não treinam, porque o país ficou colado à glória do passado e em momento algum quis, ou achou necessário, acompanhar a evolução do desporto-rei.

    Venham daí que a viagem hoje é mais longa, mas não menos animada.

    Aparentemente, a conhecida frase, “Os ingleses podem até ter inventado o futebol, mas nós, brasileiros, aperfeiçoamo-lo”, fez até bastante sentido há umas boas décadas atrás. O futebol brasileiro dos anos 1960 era olhado com muitos e bons olhos, e recordemos que três de cinco Copas do Mundo foram alcançadas em 1958, 1962 e 1970. Tempos áureos do outro lado do Atlântico.

    Nos anos 90, o interesse na Premier League já começava a ser tentador, sim, mas o mundo viveu ainda, e muito intensamente, a conquista de mais um Mundial, desta feita por parte da turma de Dunga e Romário.

    A juntar à festa, o São Paulo ganharia a Taça Intercontinental por dois anos consecutivos, em 1992 e 1993, e a euforia do futebol canarinho continuaria a atrair as atenções e os investimentos estrangeiros.

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