«Se sou o melhor avançado de sempre a jogar em Portugal? Basta olhar para as estatísticas» – Entrevista BnR com Mário Jardel

    -O Homem por trás dos golos-

    “Jorge Jesus convidou-me para jantar, tratou-me super bem, mas também me xingou”

    BnR: Curiosamente, é no clube de Aveiro que o teu filho – também avançado – guarda as primeiras memórias de ti enquanto jogador. Mas como é o Jardel fora de campo?

    MJ: Hoje, descrevo-me como um Homem consciente. Toda a minha história é muito marcante e reconhecida em todo o mundo. Antes, eu não tinha noção do meu valor. Atualmente, estou a fazer um curso de coach palestrante para contar a minha história. E a crescer de dia para dia. Quando era mais novo, não gostava de escrever, de estudar. Agora sou outro Jardel, espero voltar com tudo a Portugal e tentar colocar aí alguns jogadores, fazer umas camisolas alusivas à minha carreira… Enfim, estou com vários projetos interessantíssimos e não posso parar.

    BnR: A política e a solidariedade têm feito parte da tua vida desde que te aposentaste, em 2011. Fala-nos um pouco sobre a importância de cada uma destas no teu dia-a-dia.

    MJ: Na política caí de para-quedas, não entendi nada e fui enganado. Foi uma deceção. Sou uma pessoa muito solidária, gosto bastante de ajudar, preocupo-me muito com os outros e, mais do que nunca, também comigo. Se estiver a 100%, vou ajudar a 100%.

    Fonte: Facebook Mário Jardel

    BnR: Já percebi os pássaros, já soube porque dão seda os casulos, mas ainda não consigo voar como tu sobre os centrais. Dás-me a receita?  

    MJ: Este ponto forte foi fruto de muito trabalho depois do treino, para além do dom que Deus me deu. Cabecear com um olho aberto, olhando para o goleiro e colocar a bola no canto são coisas inexplicáveis, mas quando te capacitas que esse gesto pode resolver um jogo, entras numa imersão total de treino. Penso que, esse meu gesto técnico, dá até para escrever um livro de como aprender a cabecear. É possível rentabilizar a minha carreira de muitas formas e estou planeando tudo isso. Quando estiver pronto, todo o mundo vai saber.

    BnR: Super Mário ou Jardegol?

    MJ: Os dois!

    BnR: Camisola 9 ou 16?

    MJ: 16, com certeza.

    BnR: Consideras-te o melhor avançado-centro de sempre a jogar em Portugal?

    MJ: Basta olhar para as estatísticas…

    BnR: A seleção brasileira é um sonho concretizado ou uma ligeira mágoa?

    MJ: Um sonho concretizado. As mágoas a gente perdoa.

    BnR: Para terminar, duas perguntas que a atualidade impõe. Surpreendeu-te o impacto de Jorge Jesus, com quem já te cruzaras em Portugal, no futebol brasileiro? Para quem está em isolamento social por causa da atual pandemia e a ler esta entrevista, que palavras gostarias de deixar?

    MJ: Não me surpreendeu. Quando ele esteve aqui, convidou-me para jantar, tratou-me super bem, mas também me xingou “Mário, agora estamos aqui, mas há uns anos só me f*****!”, referindo-se aos golos que marquei às suas equipas. [risos] Infelizmente, esta pandemia não parou só o futebol, parou tudo. É época de nos cuidarmos, de ficar em casa, lavar as mãos e termos fé de que isto tudo vai passar. Bola para a frente!

    Um obrigado do tamanho do teu talento. Até sempre, Super Mário.

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    Miguel Ferreira de Araújo
    Miguel Ferreira de Araújohttp://www.bolanarede.pt
    Um conjunto de felizes acasos, qual John Cusack, proporcionaram-lhe conciliar a Comunicação e o Jornalismo. Junte-se-lhes o Desporto e estão reunidas as condições para este licenciado em Estudos Portugueses e mestre em Ciências da Comunicação ser um profissional realizado.                                                                                                                                                 O Miguel escreve ao abrigo do novo Acordo Ortográfico.