Como se isto não bastasse para um romance digno da autoria de Nikolai Gogol, a bizarria adensou-se quando, dois dias após ter abandonado o cargo de treinador do FC Ural, Skripchenko, que supostamente carecia de uma intervenção cirúrgica urgente, assinou contrato com o FC Krylya Sovetov, de onde havia saído o ex-técnico do Sporting CP Frank Vercauteren, vítima da onda de maus resultados da equipa.
Por estranho que pareça, a história não acaba aqui. Após tomar conhecimento da decisão de Skripchenko, o presidente do FC, Ural Grigoriy Ivanov, veio a terreiro, envolvido num suposto manto de transparência, passar uma imagem de dama ofendida, alegando desonestidade por parte de Skripchenko, que, segundo ele, estava a negociar com o emblema de Samara desde já algum tempo a esta parte.
Os contornos desta “tragicomédia” tornam-se ainda mais estranhos se atendermos ao facto de, no Sábado que passou, o FC Ural se ter deslocado a Samara para medir forças com, precisamente, o FC Krylya Sovetov. Skripchenko fez “o seu próprio dérbi”, gozando desde logo do privilégio de conhecer como ninguém a equipa adversária, que foi até ao fim-de-semana passado, a sua equipa. Na verdade, porém, tal “conhecimento” alheio não lhe serviu de muito, uma vez que a partida terminou empatada a dois golos e o seu FC Krylya Sovetov é cada vez mais último, gozando apenas da companhia do FC Tom Tomsk, que leva já quatro meses de salários em atraso.