Mundial Sub-20 – Nova Zelândia 1-2 Portugal: Trivela de Gelson guia Portugal aos ‘quartos’

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    A seleção nacional de sub 20 apurou-se hoje para os quartos de final do Mundial da categoria após uma vitória frente à Nova Zelândia, seleção anfitriã da competição. Num jogo mais complicado do que seria de esperar, o golo do triunfo apenas chegou aos 87 minutos, numa iniciativa individual de Gelson Martins.

    Hélio Sousa, selecionador nacional, repetiu o onze lançado no jogo inaugural, frente ao Senegal, com Gelson, Rony Lopes e Gonçalo Guedes no apoio ao ponta de lança André Silva. Foi com alguma surpresa que os “All Whites”, como é conhecido o conjunto neozelandês, entraram melhor no encontro, com muito empenho e muita luta em todos os lances. Contudo, nunca assustaram verdadeiramente a baliza à guarda de André Moreira. Neste período inicial do encontro, foi fundamental (mais uma vez) a tranquilidade que Tomás Podstawski consegue dar à equipa com as suas recuperações de bola e o equilíbrio que tem em cada tomada de decisão. O capitão é mesmo o porto seguro deste conjunto, um farol a quem a equipa recorre sempre que necessário.

    A partir dos 10 minutos, Portugal começou a impor-se territorialmente, mas sem criar grandes lances de perigo. O jogo ofensivo da nossa seleção baseou-se muito em combinações executadas pelo “quarteto” ofensivo, que tinham sempre a ajuda de mais gente, como os laterais Rafa e Riquicho (mais um excelente jogo destes dois jogadores, sempre disponíveis para atacar) ou o médio Raphael Guzzo, que apareceu várias vezes em zonas de finalização. Rony Lopes teve a primeira oportunidade de golo aos 22 minutos com um remate rasteiro que passou rente ao poste esquerdo da baliza de Tzanev. Dois minutos depois, chegou o primeiro golo luso. Gelson Martins cruzou da direita e André Silva desviou de cabeça para Rafa. O lateral segurou o esférico e tocou para Guzzo que ludibriou um defesa com uma simulação corporal, ficando com tempo e espaço para rematar cruzado, sem hipóteses de defesa para Tzanev. O jogador do Benfica, que alinhou esta época no Desportivo de Chaves, marcou assim o primeiro golo e Portugal tinha agora tudo na mão para partir para uma exibição tranquila, como aconteceu nos jogos da fase de grupos.

    Porém, não foi isso que se viu. A equipa das quinas não criou muitas jogadas perigosas e, quando as criou, nunca houve inspiração na finalização. André Silva não esteve feliz, apesar de ter batalhado muito, como é sua imagem de marca. Gonçalo Guedes esteve novamente bastante desinspirado e Rony Lopes só apareceu a espaços, principalmente no último quarto de hora da partida. Neste momento, penso mesmo que Nuno Santos ou Ivo Rodrigues mereçam mais a titularidade, em detrimento de Gonçalo Guedes.

    Os neozelandeses, que tinham em Patterson a sua figura mais inconformada e em Tuiloma (defesa central) o seu melhor jogador, foram acreditando que podiam chegar ao empate e chegaram mesmo. Depois de um ataque português em que André Silva teve um falhanço clamoroso, os All Whites empataram aos 65 minutos. Numa jogada bastante confusa, em que Patterson ganhou uma série de ressaltos perante a passividade da defesa portuguesa, Holthusen, recém entrado na partida, ficou cara a cara com André Moreira e não rejeitou a oferta, rematando para o fundo das redes lusas.

    O jogo ficou mais partido, com tentativas de ataque rápido por parte das duas formações e Portugal estava em risco de correr mais problemas. Hélio Sousa substituiu Raphael Guzzo por Estrela, de forma a dar mais pulmão e mais força ao meio campo nacional. O jogador dos Orlando City entrou para jogar com Podstawski no meio campo, deixando as tarefas ofensivas a cargo de Rony Lopes, Gelson Martins, André Silva e Ivo Rodrigues, que já tinha rendido Gonçalo Guedes.

    A seleção nacional foi então em busca do golo da vitória, principalmente através de iniciativas individuais. Primeiro foi Rony Lopes que, após passar por dois adversários, atirou forte para uma boa defesa de Tzanev. Depois, veio o melhor momento do encontro e um dos melhores do Mundial.

    Gelson Martins festeja o golo da vitória, alcançado num remate de trivela Fonte: Facebook 'Seleções de Portugal'
    Gelson Martins festeja o golo da vitória, alcançado num remate de trivela
    Fonte: Facebook ‘Seleções de Portugal’

    Gelson Martins recebeu a bola no flanco direito, fletiu para dentro, passou por dois adversários e, ainda de fora da área, rematou de trivela para o poste mais afastado. Um lance fabuloso do jogador do Sporting, a fazer lembrar o movimento característico de Ricardo Quaresma.

    Até ao fim, os jogadores lusos geriram o tempo que restava no meio campo adversário. Nota ainda para a saída de Gelson com queixas musculares. Esperemos que não seja nada que impossibilite o extremo de jogar na madrugada de sábado para domingo, no jogo dos quartos de final, frente ao Brasil, que derrotou hoje o Uruguai, após desempate nas grandes penalidades.

    Na próxima partida, Portugal terá de ser mais ativo e mais constante no jogo. Hoje fez a sua pior exibição no Mundial e, se voltar a jogar assim, talvez não se safe da próxima vez…

    A Figura:

    Gelson Martins – O extremo foi sempre o elemento com “sinal mais” do setor ofensivo português. Ainda para mais, terminou o encontro com o lance genial que deu a vitória a Portugal. Destaque também para mais dois bons jogos dos laterais Rafa e Riquicho e para as exibições consistentes de Guzzo e Tomás Podstawski no meio campo.

    O Fora-de-Jogo:

    Gonçalo Guedes – O extremo benfiquista, ainda com 18 anos, continua a desiludir neste Mundial. Continua infeliz no momento do último toque na bola e, com isso, perde confiança durante os jogos. Tem sido o extremo com o desempenho menos positivo dentro da seleção nacional neste Mundial.

    Foto de capa: Página do Facebook das Seleções de Portugal

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    Diogo Janeiro Oliveira
    Diogo Janeiro Oliveira
    Apaixonado por futebol, antes dos livros da escola primária já lia jornais desportivos. Seja nas tardes intermináveis a jogar, nas horas passadas no FIFA ou a ver jogos, o futebol está sempre presente. Snooker, futsal e andebol são outras paixões. Em Portugal torce pelo Sporting; lá fora é o Barcelona que lhe enche as medidas. Também sonha ver o Farense de volta à primeira…                                                                                                                                                 O Diogo escreve ao abrigo do novo Acordo Ortográfico.