Os mais ingénuos poderiam achar que teríamos um jogo animado e com um ritmo elevado; pois bem, como esperado, não foi nada disto que se passou. Aliás, na minha opinião, o único fator de interesse desta partida era mesmo a presença de Ronaldo e Messi, e até esse se perdeu ao intervalo. Mesmo ao cair do pano surgiu um “herói improvável” – Raphael Guerreiro.
Portugal entrou desconcentrado, tal como foi assumido pelo próprio selecionador nacional, e rapidamente a Argentina tomou conta do encontro. O suspeito do costume, Lionel Messi, não tardou a dar sinal de vida aparecendo na cara do guardião português, mas não foi capaz de acertar com o alvo. Os comandados de Fernando Santos tardavam em reagir e só à meia hora de jogo é que Portugal criou a primeira oportunidade de golo, se assim se pode chamar, por intermédio de Cristiano Ronaldo e após cruzamento de Bosingwa. Nesta primeira parte gostaria de destacar Roncaglia e Tiago Gomes. O argentino foi um dos mais ativos, tirou sucessivos cruzamentos com bastante perigo e foi mesmo um dos melhores elementos do conjunto de Tata Martino. Por outro lado, Tiago Gomes esteve catastrófico. O português pareceu nunca acertar com a marcação a Lionel Messi e só não teve consequências de maior devido ao desacerto do craque do Barcelona. Apesar do maior domínio argentino, o jogo chegava ao intervalo empatado.
Como é habitual neste tipo de partidas, os treinadores fizeram algumas mexidas. Cristiano Ronaldo e Lionel Messi acabaram por não sair dos balneários, como aliás seria de esperar. Destaque ainda para a estreia de José Fonte, mais do que justificada. Logo após o reatar da partida, Tiago Gomes lesionou-se e deu lugar à entrada daquele que viria a ser o herói de Old Trafford – Raphael Guerreiro.
Numa segunda parte em que o jogo foi perdendo cada vez mais o seu interesse, o público chegou mesmo a demonstrar a sua insatisfação e Nico Gaitán foi dos poucos que tentaram mexer com o encontro. De realçar apenas que Adrien Silva fez (finalmente!) a sua estreia pela seleção nacional.
Apesar da elevada coesão defensiva, algo que é característico nas equipas de Fernando Santos (recorde-se que Portugal, na era Fernando Santos, só sofreu golos no particular com a França), Portugal apresentou um futebol medíocre. A falta de capacidade de sair em ataque e os problemas de finalização demonstram, sem dúvida, que ainda há um longo caminho a percorrer, mas os resultados não deixam de ser positivos.
A Figura
Raphael Guerreiro – entrou já no decorrer da segunda parte, mas o tempo que esteve em campo bastou para fazer a diferença. Um jovem com muita qualidade e de apenas 20 anos.
O Fora-de-Jogo
Tiago Gomes – acusou sem dúvida a pressão de se estrear pela seleção nacional. Uma noite menos bem conseguida do jogador do Braga.