PORTUGAL
À semelhança do que já tinha acontecido frente à Polónia, por exemplo, Portugal entrou algo nervoso. William Carvalho e José Fonte falharam passes e marcações como não é costume e a França foi dominando o meio-campo português na primeira meia-hora da partida, sem que a equipa nacional conseguisse reagir.
A saída de Ronaldo (entrou Quaresma), por lesão, pareceu duro golpe nas ambições lusas, mas a equipa reorganizar-se-ia. Sem referência de àrea, é certo, mas com mais assertividade na circulação de bola, chegando mesmo ao intervalo com ascendente sobre os gauleses.
A segunda parte começou como a primeira, com Portugal a ceder algum espaço perante as investidas do seu adversário, embora se notasse uma maior segurança posicional quando a equipa se encontrava sem posse o que, gradualmente (e ao que a substituição de Adrien por João Moutinho, não será alheia), foi travando o ímpeto francês. A esperança nacional ia crescendo.
Quase era abalada com uma bola ao poste na baliza de Patrício, à passagem do minuto 90, mas cada oportunidade falhada pela França era uma espécie de tónico para os portugueses. Como se soubesse que o desalento e a frustração iriam tomar conta do adversário, tirando-lhe discernimento.
A esperança voltou a crescer quando Nani fez cruzamento-remate (quando se esperava uma procura por Éder, recém entrado para o lugar de Renato Sanches) que atrapalhou Lloris, com Quaresma, na recarga, de forma acrobaticamente, a atirar à figura. Estavam decorridos 86 minutos e acreditava-se.
Valia a pena, porque a alma nunca foi pequena. Foi gigante, monumental, estando na base de um prolongamento dominado por Portugal, que teve clímax no golaço de Éder (livrou-se de Koscileny, conduziu a bola e disparou sem medo para as redes da baliza francesaa), fora da àrea, que setenciou o encontro e o vencedor do Euro 2016. Podem beliscar-se, somos mesmo nós!
Confirmou-se a tendência: este foi o Euro da caça ao trauma. O da Itália, que finalmente venceu a Espanha, o da Alemanha que finalmente venceu a Itália, o da França que finalmente venceu a Alemanha e o de Portugal que, finalmente!, venceu a França.
Notas aos jogadores:
Rui Patrício – 9
Cédric – 6
José Fonte – 7
Pepe – 8
Raphael Guerreiro – 6
William Carvalho – 7
João Mário – 5
Adrien – 6
Renato Sanches – 6
Nani – 6
Cristiano Ronaldo – 5
Quaresma – 7
João Moutinho – 7
Éder – 7