A evolução das selecções jovens nesta década

    Entretanto, das gerações que surgiram daí para a frente e se destacaram nas competições internacionais, foram poucos os jogadores que se aproveitaram daí para a frente. Por exemplo, da geração campeã europeia de sub-18 em 1994, Nuno Gomes e Quim foram os mais bem sucedidos. Das gerações de 2003, entre os sub-17, apareceram João Moutinho, Miguel Veloso, Vieirinha, Manuel Fernandes e Paulo Machado. De entre os vice-campeões europeus de sub-19 nesse mesmo ano, apenas dois jogadores se tornaram internacionais A: João Pereira e Hugo Almeida.

    E, só para se ter uma maior noção de como se está a aproveitar as nossas gerações de jovens talentos, basta olhar para a nossa equipa foi campeã europeia no ano passado: Danilo e Cedric Soares foram vice-campeões mundiais de sub-20 em 2011; William Carvalho, João Mário, Raphael Guerreiro e Rafa foram vice-campeões europeus em 2015; Renato Sanches fez parte da selecção de sub-17 que foi semifinalista no Campeonato da Europa da Categoria em 2014 e saltou directamente dos sub-19 para os AA.

    No entanto, o facto de termos conquistado o primeiro título internacional a nível sénior não se deveu apenas ao facto de se aproveitar mais e melhor os nossos jovens talentos. Deveu-se acima de tudo ao facto da mentalidade possuída pelas nossas selecções jovens campeãs ter sido transitada para a nossa selecção A, ou seja, a nossa selecção principal finalmente entendeu e mentalizou-se de que é capaz de derrotar qualquer equipa, contra tudo e contra todos.

    O Europeu de sub-17 no ano passado foi o primeiro título de Portugal nesta nova geração Fonte: UEFA
    O Europeu de sub-17 no ano passado foi o primeiro título de Portugal nesta nova geração
    Fonte: UEFA

    Entretanto, não houve melhor aproveitamento das jovens promessas nacionais única é simplesmente porque sim. Houve condições e circunstâncias que levaram a isso. Antes de mais, a crise económica que se viria a instalar no nosso país, juntamente com um fosso financeiro cada vez maior entre os clubes dos principais campeonatos europeus, levou com que vários clubes portugueses começassem a investir mais nos escalões de formação de modo a proporcionar mais e melhores condições para os seus jovens atletas.

    Depois, a reinserção das equipas B, mas desta feita na Segunda Liga e não na Terceira Divisão, também foi um passo muito importante, pois permitiu que os jovens da cantera dos principais clubes nacionais tivessem um primeiro contacto com o futebol profissional e pudessem ser estimulados competitivamente ao jogaram contra jogadores que em vários casos, são pelo menos 10 anos mais velhos que eles.

    Dadas as contas, este melhor aproveitamento das jovens promessas do futebol nacional já começou a dar os seus frutos na selecção A, mas estou convencido que o melhor ainda estará para vir. Certamente, não haverá lugar para todos e muito provavelmente, várias jovens promessas acabarão por ficar pelo caminho, mas o futuro da nossa selecção nacional promete ser muito risonho.

    Foto de Capa: FPF

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    Tiago Serrano
    Tiago Serranohttp://www.bolanarede.pt
    O Tiago é um jovem natural de Montemor-o-Novo, de uma região onde o futebol tem pouca visibilidade. Desde que se lembra é adepto fervoroso do Sport Lisboa e Benfica, mas também aprecia e acompanha o futebol em geral. Gosta muito de escrever sobre futebol e por isso decidiu abraçar este projeto, com o intuito de crescer a nível profissional e pessoal.