Itália 1-1 Alemanha: Pellegrini e Kimmich empatam jogo de qualidade

    A CRÓNICA: ITÁLIA CORAJOSA DIZ “PRESENTE” FRENTE À ALEMANHA

    No estádio Renato Dall’Ara, em Bolonha, decorreu um dos grandes clássicos do Futebol Internacional: Itália x Alemanha, jogo a contar para o grupo 3 da Liga das Nações 2022.

    Na primeira partida desta fase de grupos, a Itália apresentou-se completamente revolucionada no onze inicial, dando espaço a uma nova geração, liderada por Tonali e Scamacca, que não desiludiram o público.

    Era preciso virar a página para os italianos, dando um novo impulso e escrevendo uma nova história, sobretudo depois da derrota diante a Argentina, e o que vimos em campo foi um bom começo neste caminho.

    O primeiro tempo viu uma Alemanha muito mais dona do meio-campo, exibindo todas as suas qualidades técnicas e de posse de bola que todos conhecemos, tentando rasgar a defesa italiana sobretudo por vias centrais, com as incursões de Muller e através de Gnabry na lateral direita.

    Por seu lado, a Itália, apesar de sofrer a pressão alemã por boa parte do tempo, soube sofrer e desfrutar os contra-ataques através das verticalizações, à procura de uma magia do ótimo Scamacca, nova aposta e ponta-de-lança na linha de frente.

    Apesar de uma posse de bola constante da equipa forasteira, as duas ocasiões mais claras dos primeiros 45 minutos foram a favor da Itália. À passagem dos 33 minutos, primeiro um remate rasteiro de pé esquerdo de Frattesi e, depois, um remate de Scamacca, chamaram à atenção do guarda-redes Neuer.

    Até ao fim da primeira fase da partida, o ritmo manteve-se baixo e o marcador ficou bloqueado no 0-0.

    No regresso ao relvado, a Itália de Mancini pareceu entrar mais afirmativa e confiante, tanto que depois de apenas um minuto, Scamacca cabeceou uma ótima assistência de Politano, mas o ponta-de-lança do Sassuolo não conseguiu concretizar a oportunidade.

    O rumo do jogo não mudou muito na segunda parte, tanto que a Alemanha continuou a ser mestre na circulação de bola, mas sem criar verdadeiramente perigos.

    Foi só aos 70 minutos, após uma fase favorável e de pressão por parte da Itália, que os azzurri realizaram o golo da vantagem. Gnonto, em substituição de Politano, lesionado, ofereceu a assistência para Pellegrini, que na área só teve de encostar na baliza.

    Não passam nem dois minutos, que os adversários, desfrutam um contra-ataque rápido, marcando o golo do empate por intermedio de Kimmick, cínico e perentório em meter a ponta do pé e concretizar uma assistência de Hofmann vinda da lateral esquerda.

    Nos últimos 10 minutos de jogo, os dois treinadores tentaram todas as cartas possíveis para levar para a casa o máximo resultado, mas o cansaço e talvez o medo de perder, fizeram com que o jogo terminasse com um empate a nosso ver justo.

     

    A FIGURA

    Tonali/Politano – A Itália devia recomeçar dos jovens, e no terreno de jogo houve muita qualidade e carater que bem fazem esperar para o futuro. Estava difícil escolher só um jogador, então solucionamos escolher o Sandro Tonali, cuja prestação foi de verdadeiro líder do meio campo, e Matteo Politano que foi um demónio na lateral direita. A garra e as qualidades técnicas dos dois, foram um exemplo da Itália que Mancini está a construir.

     

    O FORA DE JOGO

    Bryan Cristante – O centrocampista da Roma passou bastante ao lado do jogo hoje, e perdeu muitos confrontos diretos com o Thomas Muller. Devia ser o homem “a mais” a proteção da defesa italiana, mas na realidade foi o menos presente nos momentos-chave do jogo. O seu impacto na partida foi muito abaixo das expectativas, e foi uma pena, visto o desempenho convincente do resto da equipa italiana.

     

    ANÁLISE TÁTICA – ITÁLIA

    Roberto Mancini dispôs a equipa num 4-3-3 revolucionando quase totalmente a equipa, confirmando só Donnarumma na baliza.

    Sandro Tonali foi encarregado de ser o construtor maioritário de jogo pelo miolo, e fez de facto um bom trabalho de distribuição das bolas, dando o input necessário nos contra-ataques ofensivos da Itália. A sua interação com Frattesi e Politano na lateral direita, deu hipótese para criar oportunidades perigosas, dando trabalho extra ao Kherer, que muitas vezes precisou do apoio de Sané.

    A dupla central defensiva Acerbi-Bastoni, também desempenhou uma boa prestação, tendo vida não fácil contra as iniciativas de Muller e Gnabry, sempre a pressionar os possuidores de bola. Próprio o Gnabry ganhou vários duelos um contra um com o Biraghi, forçado a ficar mais recuado, e não tendo muita hipótese de dar apoio à fase ofensiva da Itália na lateral esquerda.

    Frattesi – que estreou neste jogo – com Pellegrini, foram mais uma aposta ganhe pelo Mancini, visto que deram um grande impulso na fase de ataque, funcionando como pêndulo entre o meio-campo e o Scamacca. O atacante do Sassuolo também realizou uma grande prestação, sacrificando-se pela equipa e subindo no meio-campo cada vez que fosse necessário para dar apoio na fase de defesa.

    A substituição forçada de Politano vítima de lesão no segundo tempo, deu maneira para o Gnonto, outra estreia de hoje, de meter em campo toda a sua força física e rapidez, confirmando que na lateral direita o Mancini terá só o embraço da escolha no próximo futuro.

    11 INICIAL E PONTUAÇÕES

    Donnarumma (7)

    Florenzi (7)

    Acerbi (6)

    Bastoni (7)

    Biraghi (6)

    Cristante (5)

    Frattesi (6)

    Tonali (7)

    Politano (7)

    Pellegrini (7)

    Scamacca (6)

    SUBS UTILIZADOS

    Gnonto (7)

    Pobega (6)

    Di Marco (6)

    Cancellieri (-)

    Ricci (-)

     

    ANÁLISE TÁTICA – ALEMANHA

    Hans-Dieter Flick orientou a equipa para um 4-2-3-1. Apesar de uma defesa alinhada em quatro, por boa parte do jogo, Henrichs destacou-se da linha ofensiva para dar apoio e criar superioridade na lateral direita do meio campo alemão. Contudo, a sua prestação não fez grande diferença hoje, tanto na fase mais recuada, como na fase ofensiva.

    A posse e a circulação de bola, juntamente com a pressão dos centrocampistas, foram as cartas a mais da equipa de Flick. Na lateral esquerda, Gnaby e Muller entenderam-se muito bem, tanto que foram autores de várias ações perigosas sobretudo no primeiro tempo, obrigando Biraghi a empenhar-se na fase de contenção.

    O ponta-de-lança, Werner, foi sempre presente no jogo ofensivo, mas não conseguiu expressar-se da melhor forma, devido sobretudo a um bom desempenho de Florenzi e Acerbi, que lhe fecharam muitas vezes a porta na cara.

    A dupla de defesa Rudiger e Sule tiveram de fazer um grande trabalho para conter a vivacidade de Scamacca, que muitas vezes conseguiu fugir ao aperto de ambos, e às incurções de Politano, que ganhou muitas vezes em rapidez criando perigo no meio da defesa alemã. 

    11 INICIAL E PONTUAÇÕES

    Neuer (6)

    Kehrer (6)

    Sule (6)

    Rudiger (6)

    Henrichs(5)

    Kimmich(7)

    Goretzka (6)

    Gnabry (7)

    Muller (7)

    Sanè (5)

    Werner (5)

    SUBS UTILIZADAS

    Gundogan (6)

    Havertz (5)

    Hofmann (6)

    Musiala (6)

    Raum (-)

    Artigo revisto por Joana Mendes

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    Paola Amore
    Paola Amorehttp://www.bolanarede.pt
    A Paola nasceu e cresceu na Itália, mas há seis anos foi “adotada” por Lisboa, onde atualmente reside. Formou-se em Comunicação e Jornalismo na Sapienza - Universitá degli Studi di Roma, e atualmente está a tirar uma Pós-Graduação na Universidade Católica Portuguesa em Comunicação e Marketing de Conteúdos. Viu a sua primeira partida de futebol com seis anos e nunca mais parou, decidindo que um dia ia tornar jornalista de desporto, sonho que concretizou aos 21 anos, quando adquiri a sua carteira profissional. Adora ouvir os jogos de futebol no rádio, sobretudo Liga Serie A e Liga Portugal, e adora visceralmente o Alessandro Del Piero. É mais fácil encontrá-la em qualquer estádio ou pavilhão - porque também gosta de vólei e futsal – que não na sua casa!