França 1-0 Alemanha: Poderio gaulês sobressaiu em Munique

    A CRÓNICA: FRANÇA ARRANCA COM VITÓRIA

    Para encerrar a primeira jornada, tivemos o confronto mais esperado até então do Euro 2020: França x Alemanha, o duelo entre os dois últimos campeões do mundo. Os gauleses, por via do seu plantel e momento de forma atual, partiam como principais candidatos à vitória, todavia a poderosa seleção alemã, também com um plantel forte, certamente anelava arrancar o seu trajeto no Euro 2020 com uma vitória sobre o atual campeão do mundo.

    Numa primeira instância, notou-se que a elaborada primeira fase de construção francesa fez com que esta perdesse muitas vezes a bola face à enorme pressão exercida pela Alemanha. No entanto, mesmo com sucessivas perdas de bola, a seleção francesa conseguia reorganizar-se bem defensivamente. Notou-se, claramente, que a Alemanha esperava que a França assumisse o controlo do jogo, com isto, devido ao facto do seu forte coletivo, os alemães contra golpeavam com ataques temporizados sem correr grandes riscos que comprometessem a nível defensivo.

    Contudo, com o passar do tempo, a França foi conseguindo exercer pressão sobre os alemães e, subsequentemente, foi impondo o seu jogo. Posto isto, aos 20 minutos, Paul Pogba com recurso a uma trivela magistral encontrou Lucas Hernández (Kimmich não acompanhou o lateral francês) que fez o cruzamento para àrea alemã e Hummels, na tentativa de cortar a bola, acaba por introduzi-la dentro da própria baliza. Após o golo Francês, o jogo resumiu-se a um controle por parte da França com contastes investidas na àrea da Alemanha. De destacar dois livres de Toni Kroos à entrada da área como únicas “ocasiões de golo” por parte dos alemães.

    Na segunda parte, esperava-se que a França assumisse ainda mais o controle do jogo, porém, Joachim Löw soube observar do intervalo quais as principais fraquezas da sua equipa na primeira parte: sem qualquer tipo de substituição, o selecionador alemão “autorizou” o então médio ala Kimmich a exercer a sua influência mais por dentro, o que tornou a Alemanha mais perigosa no jogo interior e também exterior. Por exemplo, pelos pés de Kimmich, surgiu uma ocasião de golo aos 53 minutos, com Gnabry a desperdiçar a assistência do médio do Bayern de Munique, e um cruzamento perigosíssimo que resultou num choque violento entre Gosens e Pavard (57 minutos). Apesar da pressão alemã, a França continuava a gerar grandes oportunidades de golo como é o caso do fantástico golo anulado por fora de jogo a Mbappé aos 65 minutos. De destacar também o golo anulado por fora de jogo aos 85 minutos, após uma jogada de Mbappé e finalização de Benzema.

    Mesmo com um esforço da Alemanha, em busca do golo que desse pelo menos o empate, a seleção francesa, praticamente, impôs o ritmo de jogo que queria ao longo do jogo. Posto isto, não poderia haver outro vencedor se não a França: 1-0, três pontos para os gauleses e mau começo por parte dos alemães.

     

    A FIGURA

    Maturidade da França – Não é a França finalista do Euro 2016, tampouco a campeã do mundo em 2018: com Benzema, a seleção francesa subiu para outro patamar. Com a experiência do avançado do Real Madrid aliada à qualidade e estabilidade do meio-campo francês (com Kanté, Pogba, Rabiot e Griezmann em apoio aos avançados) a França é ainda melhor do que aquela que conquistou o mundo há três anos. Com o crescimento e afirmação de Mbappé com um dos melhores jogadores do mundo, temos uma França avassaladora, que, tal como a França do mundial de 1998 e do Europeu de 2000, promete mais uma vez ser a principal candidata a vencer a competição.

     

    O FORA DE JOGO

    Incapacidade da Alemanha – Neste jogo percebemos claramente que terminou o ciclo de Joachim Löw na seleção alemã. Apesar de não ter um plantel que “enche os olhos”, nota-se que a seleção precisa de uma nova direção, uma nova filosofia de jogo. Claramente, uma seleção com bons jogadores, todavia com uma maturidade muito distante daquela que é necessária para enfrentar uma seleção como a França, muito superior a todos os níveis.

     

    ANÁLISE TÁTICA – FRANÇA

    Numa primeira instância, perspetivámos uma França com um esquema tático de 4x4x2 losango, algo que a que ficámos habituados nas eliminatórias para o Mundial de 2022. No entanto, na prática, Didier Deschamps optou por dispor a equipa num 4-3-3 abdicando assim do 4x4x2 losango.

    Com Griezmann aberto na direita, em vez de jogar nas costas dos avançados, Mbappé na esquerda, partindo várias vezes em diagonais, e Benzema enquanto ponta de lança, a França colocou vários problemas à defesa da Alemanha que teve grandes dificuldades em travar o trio ofensivo francês. Pogba assumiu um papel preponderante na construção de jogo, com o auxílio de Rabiot, e Kanté, como já era de se esperar, fechou o triângulo do meio campo sendo o principal responsável pela transição defensiva da equipa.

    De destacar ainda que, a presença de Kanté em campo, possibilitou constantes subidas dos laterais, Pavard e Lucas Hernández, que causavam então uma superioridade numérica constante no meio-campo alemão. Kanté então cobria a defesa aquando da subida dos laterais. Atrás, sempre muito atentos durantes os 90 minutos, estiveram Kimpembe e Varane, dois já experientes neste tipo de competições em alto nível.

    11 INICIAL E PONTUAÇÕES

    Hugo Lloris (6)

    Pavard (7)

    Varane (7)

    Kimpembe (7)

    Lucas Hernández (7)

    Kanté (8)

    Rabiot (8)

    Paul Pogba (9)

    Griezmann (7)

    Kylian Mbappé (7)

    Karim Benzema (7)

    SUBS UTILIZADOS

    Tolisso (-)

    Ousmane Dembélé (-)

     

    ANÁLISE TÁTICA – ALEMANHA

    Joachim Löw optou por dispor por a equipa num 3x4x2x1, com três defesas centrais de raíz (Antonio Rüdiger, Hummels e Ginter) sendo que Kimmich e Gosens eram os dois alas que faziam funções defensivas e atacantes. No decorrer do jogo, perspetivávamos que Kimmich pudesse assumir funções de médio ala que joga como médio interior, de forma a compor ainda mais o meio campo alemão, composto então por Kroos e Gündoğan. No entanto, Kimmich só veio a assumir estas funções na 2º parte, algo que tornou a Alemanha mais perigosa no jogo interior e exterior (com cruzamentos perigosos na linha de fundo). No ataque, Gnabry assumiu funções de falso nove (uma posição que não permitiu ao avançado do Bayern de Munique exibir as suas principais qualidades) com Thomas Müller em apoio nas suas costas e Havertz a abrir nos flancos por diversas vezes.

    Na defesa, apesar da falha grotesca de Hummels que resultou no único golo da França, a linha de 3 foi capaz de travar várias investidas, por exemplo, por parte de Mbappé um jogador de difícil marcação. A linha de 3 possibilitou ainda que os laterais aparecessem ainda mais em termos ofensivos, algo que Gosens e Kimmich (na ala) não foram capazes de aproveitar, sendo pouco perigosos ofensivamente durante o jogo.

    11 INICIAL E PONTUAÇÕES

    Manuel Neuer (5)

    Kimmich (7)

    Antonio Rüdiger (5)

    Hummels (4)

    Ginter (5)

    Robin Gosens (5)

    Toni Kroos (6)

    İlkay Gündoğan (5)

    Gnabry (5)

    Havertz (5)

    Thomas Müller (5)

    SUBS UTILIZADOS

    Leroy Sané (5)

    Timo Werner (5)

    Kevin Volland (-)

    Emre Can (-)

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    Felipe Ribeiro
    Felipe Ribeirohttp://www.bolanarede.pt
    O Felipe é um jovem que estuda Jornalismo na Escola Superior Comunicação Social. Gosta sempre de dar a sua opinião quando de futebol se trata, atentando sempre para os mínimos detalhes que acontecem dentro de campo. É devoto do Porto, daqueles que conta os dias que faltam para o jogo. Vê o futebol como um livro recheado de particularidades únicas, onde várias opiniões diferentes compõem a história.                                                                                                                                                 O Felipe escreve ao abrigo do novo Acordo Ortográfico.