Itália 1-2 Espanha: Vingança espanhola quebra os 1333 dias da invencibilidade italiana

    A CRÓNICA: UMA EXPULSÃO GEROU DURAS CONSEQUÊNCIAS

    Três meses depois do confronto nas “meias” do Euro 2020, Itália e Espanha voltaram a reencontrar-se, desta vez nas “meias” da fase final da Liga das Nações, havendo lugar a vingança… Os espanhóis beneficiaram de uma longa superioridade numérica e triunfaram por duas a bola a uma em Milão, quebrando uma série italiana de 37 jogos sem perder (1333 dias desde a derrota diante de Portugal).

    Dominadora nos primeiros 10 minutos, a Squada Azzurra entrou pressionante e mais perigosa, nomeadamente com uma oportunidade madrugadora de Chiesa, porém, o golo inaugural acabaria por aparecer na baliza contrária. Pouco depois de ver Bastoni bloquear um remate perigoso, Oyarzabal não tardou em tirar um grande cruzamento e assistir Ferran Torres para o primeiro da partida.

    Logo de seguida, a Espanha só não ampliou a vantagem porque Bonucci conseguiu branquear uma falha de Donnaruma na abordagem ao remate de Marcos Alonso, que ainda embateu no poste. A reação italiana, essa, apareceu já para lá da meia hora e logo em dose dupla: Bernardeschi viu Unai Simón desviar um remate para o poste e, no minto seguinte, Insigne falhou de forma clamorosa aquilo que parecia ser um penálti em andamento.

    Se a ida para o intervalo em desvantagem já era uma má notícia para os italianos, a expulsão de Bonucci por acumulação de amarelos ao minuto 42’ acabaria por complicar ainda mais a tarefa. Podia o cenário ficar pior? Podia. E o segundo golo dos espanhóis à beira do intervalo foi a prova disso mesmo. Com o selo ‘Tiki-taka’, o trio da frente soube como baralhar o adversário e Ferran Torres chegou ao bis, novamente após passe de Oyarzabal.

    No regresso dos balneários, a estratégia da Itália passava essencialmente por equilibrar a defesa e sair em contra-golpe, de tal forma que as substituições de Mancini indicavam isso mesmo. Chiesa até foi o primeiro a visar a baliza contrária com um remate ao poste, mas o lance foi prontamente invalidado por fora de jogo. A La Roja, por sua vez, sentiu essa tentativa de reação e ficou perto de ampliar a vantagem logo de seguida, nomeadamente num cabeceamento de Oyarzabal e num potente remate de Alonso.

    A tendência do jogo parecia clara, mas bastou um erro para permitir que os italianos pudessem sonhar. Chiesa não desistiu de lutar por uma bola no meio-campo, isolou-se e, na cara do golo, ofereceu-o a Pellegrini para reduzir a desvantagem ao minuto 83’. Porém, a curta reação não evitou a primeira derrota do século da Itália a jogar na condição de visitada. Já a Espanha avança para a final da Liga das Nações, esperando por Bélgica ou França.

     

    A FIGURA

    Mikel Oyarzabal – Que grande jogo do avançado espanhol a todos os níveis. Inteligente a ler as movimentações dos colegas, Oyarzabal foi responsável pelas duas belas assistências nos golos de Ferran Torres no primeiro tempo. A juntar a isso, o extremo revelou ter uma elevada precisão de passe e ser um autêntico quebra-cabeças para a defensiva contrária, aparecendo muito solto em zonas de finalização, nomeadamente na segunda parte.

    O FORA DE JOGO

    Leonardo Bonucci – A expulsão marcou a história do jogo e complicou a missão italiana. É certo que o experiente central até conseguiu corrigir uma falha de Donnarumma numa altura preponderante da partida, mas a forma como viu os dois amarelos deixa muito a desejar. O primeiro por protestos e o segundo devido a uma cotovelada numa disputa de bola. Uma noite infeliz de Bonucci

     

    ANÁLISE TÁTICA – ITÁLIA

    Por comparação ao jogo entre as duas seleções no Europeu, Roberto Mancini optou apenas por proceder a duas alterações na equipa inicial: Alessandro Bastoni rendeu Giorgio Chiellini no eixo da defesa e Federico Bernardeschi entrou para o lugar do ausente Ciro Immobile.

    Alinhados em 4-3-3 e sem um ponta de lança de raiz, os italianos entraram mais pressionantes e a forçar o erro adversário, principalmente na primeira linha de construção espanhola. As linhas subidas permitiram que a Espanha ameaçasse avançar no terreno de forma galopante e, após o primeiro golo sofrido, a Itália não só sentiu o impacto desse desbloqueador, como tardou em reagir.

    Com menos uma unidade em campo, Mancini optou por reforçar a defesa com três centrais (com Chiellini a entrar na segunda parte e ainda com Di Lorenzo a descair para dentro) na tentativa de explorar o contra-ataque e a profundidade das alas. No entanto, acabou por esbarrar no futebol espanhol possante com poucas aberturas a erros de construção – o mais flagrante foi bem aproveitado, mas nada mais do que isso…

    11 INICIAL E PONTUAÇÕES

    Gianluigi Donnarumma (5)

    Emerson Palmieri (6)

    Alessandro Bastoni (6)

    Leonardo Bonucci (4)

    Giovanni Di Lorenzo (6)

    Marco Verratti (6)

    Jorginho (7)

    Nicolò Barella (6)

    Lorenzo Insigne (5)

    Federico Bernardeschi (5)

    Federico Chiesa (7)

    SUBS UTILIZADOS

    Giorgio Chiellini (6)

    Manuel Locatelli (6)

    Moise Kean (6)

    Lorenzo Pellegrini (7)

    Davide Calabria (5)

     

    ANÁLISE TÁTICA – ESPANHA

    Já Luis Enrique fez quatro mudanças, duas das quais no setor defensivo com as entradas de Marcos Alonso e Pau Torres para as vagas anteriormente ocupadas por Jordi Alba e Eric García, respetivamente. Além dessas trocas, o estreante Gavi rendeu Pedri no meio-campo e Pablo Sarabia substituiu Dani Olmo na frente de ataque.

    A jogar em 4-3-3, também a Espanha se apresentou sem um ponta de lança de raiz, igualmente com o intuito de impulsionar mais variabilidade e mobilidade ofensiva. Apesar de alguns erros na construção (por força da estratégia italiana), a La Roja identificou os espaços curtos e foi conseguindo sair a jogar com critério, desmontando a teia adversária.

    “Gestão” foi a palavra-chave dos segundos 45 minutos, nos quais a Espanha avolumou os números da posse de bola e circulou praticamente a seu bel-prazer, esperando pelas descoordenações italianas na estratégia defensiva para espreitar algo mais. Essa mesma circulação ia abrindo espaços que, mesmo sendo imediatamente fechados pela Italia, causavam desconforto à tão ansiada reação da formação da casa.

    11 INICIAL E PONTUAÇÕES

    Unai Simón (7)

    Marcos Alonso (6)

    Aymeric Laporte (7)

    Pau Torres (6)

    César Azpilicueta (6)

    Gavi (7)

    Sergio Busquets (6)

    Koke (6)

    Pablo Sarabia (6)

    Ferran Torres (8)

    Mikel Oyarzabal (8)

    SUBS UTILIZADOS

    Yéremi Pino (7)

    Bryan Gil (5)

    Mikel Merino (6)

    Sergi Roberto (-)

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    Miguel Simões
    Miguel Simõeshttp://www.bolanarede.pt
    Já com uma licenciatura em Comunicação Social na bagagem, o Miguel é aluno do mestrado em Jornalismo e Comunicação, na Universidade de Coimbra. Apaixonado por futebol desde tenra idade, procura conciliar o melhor dos dois mundos: a escrita e o desporto.                                                                                                                                                 O Miguel escreve ao abrigo do novo Acordo Ortográfico.