Análise do Grupo B | Euro 2020

    BÉLGICA

    A SELEÇÃO

    A Bélgica, seleção número um do ranking FIFA, chega ao Euro 2020 com apenas um título – o ouro olímpico dos Jogos de 1920. Sem “Euros” e sem Mundiais, a seleção belga vai falhando por grandes margens ou por pequenos detalhes atribuir grandes títulos às várias gerações de ouro que vem tendo.

    A passagem da fase de grupos em 2016 prolongou-se até aos quartos-de-final e já não acontecia em campeonatos europeus desde 1980. Será um dos melhores plantéis da história dos belgas, com jogadores a atuar nos vários campeonatos europeus e em grandes equipas.

    A expectativa é elevada em torno de um plantel bastante experiente e com poucos jovens. Será a experiência o ingrediente que faltou nos quartos-de-final de 2016 ou na meia-final do Mundial de 2018 e que vai fazer a diferença em 2021?

    A ESTRELA

    Kevin De Bruyne – A principal estrela está em dúvida para a primeira jornada dos belgas, frente à Rússia. Após um choque com Rudiger na final da Liga dos Campeões, o médio do Manchester City FC sofreu duas fraturas na zona da cara. Numa corrida contra o tempo para recuperar um dos melhores médios da atualidade, a sua ausência será, naturalmente, uma grande baixa e um revés nas aspirações da seleção da Bélgica.

    Criativo na construção, qualidade sublime ao nível do passe e da finalização, o médio adorado em todo o mundo popula habitualmente os terrenos próximos à área contrária e compromete-se sempre com um último passe açucarado ou com um remate fácil, forte e colocado de média distância. Confirmando-se o pior cenário, a Bélgica terá de se apoiar noutras individualidades; Eden Hazard tem uma última oportunidade para salvar uma época paupérrima e Lukaku vem de um título italiano e um segundo lugar na lista de melhores marcadores.

    A REVELAÇÃO

    Youri Tielemans – Numa seleção com média de idades próxima dos 30 anos (29,15), Tielemans (24 anos) é um dos poucos jovens a merecer a chamada ao Euro 2020. A verdade é que poucos se podem surpreender com tal facto e a sua titularidade poderá ser até dada como esperada.

    Seguiu-se o AS Mónaco FC depois do RSC Anderlecht e, finalmente, o Leicester City FC. A sua preponderância na equipa inglesa tem sido evidente (51 jogos, segunda melhor marca da carreira), facto ao qual junta nove golos (segunda melhor marca da carreira), um deles garantiu a FA Cup frente ao Chelsea FC. No final da temporada foi eleito pelos adeptos dos foxes e pelos colegas de balneário como o futebolista do ano. Reconhecimento merecido.

    É um médio polivalente e que desempenha com igual êxito e distinção os papéis mais defensivos, de pivot, ou os papéis mais ofensivos, de interior ou de ligação com o ataque. Tem no último passe a sua maior qualidade, com qualquer um dos pés, e uma aptidão assinalável para a cobrança de bolas paradas. A verificar-se a ausência de De Bruyne, e embora não seja uma cópia perfeita do campeão inglês, não vejo nenhuma impossibilidade de Tielemans assumir esse papel, fazê-lo com distinção e ser uma das revelações não só dos belgas, mas de toda a prova.

    O SELECIONADOR

    O técnico espanhol Roberto Martínez vai para o sexto ano como selecionador principal da Bélgica, sem qualquer título. Aos 47 anos e novamente com Thierry Henry na equipa técnica, Roberto Martínez passou pelo Swansea City AFC, Wigan AFC e Everton FC antes de assumir o leme da seleção belga.

    O melhor resultado enquanto técnico foi um quinto lugar da Liga Inglesa pelos toffees em 2013/14 e a subida ao Championship pelos galeses do Swansea AFC em 2007/08. Já ao comando da Bélgica, Roberto Martínez levou os “Diabos Vermelhos” às meias-finais do Mundial 2018 e da Liga das Nações 2020/21 – discutem com a França o acesso à final.

    Leva 54 jogos enquanto selecionador belga e soma 42 vitórias – uma taxa de sucesso acima dos 77%.

    ATÉ ONDE PODEM IR?

    Surgem como os principais favoritos ao apuramento no grupo B. Tudo o que não for o primeiro lugar deste grupo será uma surpresa, dada a qualidade desta seleção. O apuramento no segundo lugar seria um mal menor, ainda que alarmante, mas a eliminação na primeira fase, ao fim de três jogos, roçaria o escândalo.

    Sem nunca pôr em causa o valor das outras seleções – e que vão dificultar a vida dos belgas – é natural que as expectativas coloquem a Bélgica como uma das grandes seleções desta prova. Ultrapassada a fase de grupos e dependendo do emparelhamento daí para a frente, não seria nenhuma surpresa vê-los nas meias-finais.

    Há França e Alemanha numa primeira linha de candidatos, a quem se segue a Inglaterra, Espanha, Itália e Bélgica como os segundos favoritos. A final é possível para os selecionados de Martínez, mas o mínimo realista serão os quartos-de-final.

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    Diogo Pires Gonçalves
    Diogo Pires Gonçalveshttp://www.bolanarede.pt
    O Diogo ama futebol. Desde criança que se interessa por este mundo e ouve as clássicas reclamações de mãe: «Até parece que o futebol te alimenta!». Já chegou atrasado a todo o lado mas nunca a um treino. O seu interesse prolonga-se até ao ténis mas é o FC Porto que prende toda a sua atenção. Adepto incondicional, crítico quando necessário mas sempre lado a lado.                                                                                                                                                 O Diogo escreve ao abrigo do novo Acordo Ortográfico.