Costa do Marfim 2-1 Japão: Drogba, o Godzilla marfinense

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    O RESCALDO

    No seu jogo de estreia do Mundial 2014, a Costa do Marfim somou o seu terceiro triunfo em sete jogos disputados na maior competição de seleções do mundo, vencendo o Japão por 2-1 num colorido Itaipava Arena Pernambuco, mantendo um registo 100% vitorioso contra formações asiáticas em jogos disputados no certame, depois de já ter vencido a Coreia do Norte, no último mundial.

    A história desta importante vitória dos africanos (dadas as ambições de uma qualificação inédita para os oitavos-de-final do Mundial) teve duas partes. Não foram divididas em 45 minutos, como costuma acontecer nos jogos de futebol normais, mas por Didier Drogba.

    Antes da entrada do avançado de 36 anos do Galatasaray em campo (aos 64 minutos), a equipa costa-marfinense parecia insegura do seu valor, demorando imenso tempo na construção de lances ofensivos, recorrendo por poucas vezes a lances individuais e à inspiração de jogadores como Gervinho, Kalou ou Yaya Touré. O Japão teve mérito neste capítulo, pois soube montar uma equipa que “encaixasse” no 4x3x3 adversário, impondo uma pressão alta no terreno que impedia a basculação do jogo africano no seu meio-campo muito por culpa da insistência dos seus avançados (nomeadamente Osako e Okazaki) em “incomodar” a primeira fase de construção contrária. É certo que os asiáticos dependeram muito das iniciativas de Honda para criar perigo, e que até foi o jogador do Milan a inaugurar o marcador, mas a nível defensivo estiveram irrepreensíveis, neutralizando todas as tentativas marfinenses de criar perigo e praticando um futebol apoiado quando em posse que, apesar de inconsequente ofensivamente, se revelou eficaz para manter o nulo até à hora de jogo…

    drogba
    Os costa-marfinenses deram a volta ao jogo em 2 minutos
    Fonte: FIFA

    … altura em que entrou Drogba, qual Godzilla (monstro de criação japonesa),  a mudar radicalmente o jogo a favor da sua seleção. Sabri Lamouchi, treinador marfinense, não teve medo de tirar um centro-campista para colocar em campo o cotadíssimo ponta-de-lança e isso teve efeitos imediatos, com a acima mencionada organização defensiva a cair num desnorte de marcações, que se traduziu num lance perigoso na primeira vez que o ex-Chelsea tocou na bola, primeiro, e nos golos, seguidos (64 e 66 minutos), da reviravolta da seleção africana, nos quais Drogba nem sequer tocou na bola, mas cujo mérito lhe é devido pelo arrastar de marcações que as suas movimentações criaram, aumentando o espaço para jogadores como Bony e Gervinho corresponderem aos cruzamentos milimétricos de Serge Aurier (também em destaque, o lateral-direito, principalmente no aspeto ofensivo).

    Depois dos golos, o jogo entrou numa calmaria imposta pela Costa do Marfim, que exibiu uma confiança até então desaparecida, controlando o jogo a todos os níveis: conseguiu neutralizar o último pressing ofensivo do adversário e dispôs de duas oportunidades para dilatar a vantagem, levadas a cabo pelo Godzilla marfinense.

    A Figura:

    Didier Drogba – Há poucos jogadores que conseguem mudar um jogo só com a sua presença. Didier Drogba é um desses raros exemplos. Não só conseguiu ganhar espaço para os seus colegas e ser, assim, decisivo para os golos da reviravolta, como ainda fez crescer a confiança dos seus colegas, potenciando-lhes o talento pelo simples facto de estar em campo.

    Não foi o jogador com melhor performance em campo (Aurier ou Honda seriam justos detentores desse prémio), mas foi aquele que mudou a história do jogo.

    O Fora-de-jogo:

    Shingi Kagawa – Depois de uma época aquém das expectativas no Manchester United, havia a esperança nipónica de que Shingi Kagawa explodisse no Mundial. Tal não se verificou, ainda por cima num jogo em que a equipa precisou de um desequilibrador para além de Keisuke Honda.

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