Revista do Mundial’2014 – Alemanha

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    Neste momento, a Alemanha é possivelmente a selecção mais forte e com mais argumentos para vencer o Mundial. Com soluções de enorme qualidade para todos os sectores do terreno, Joachim Löw tem nesta competição enormes hipóteses de voltar a trazer o título para terras germânicas.

    O velho ditado diz que “o futebol são onze contra onze e no final ganha a Alemanha”, mas a verdade é que os alemães já não vencem um Mundial desde 1990, apesar de em 2002 terem perdido na final contra o Brasil por 2-0 – resultado que se repetiu nas meias-finais de 2006 contra a Itália, que se viria a sagrar campeã mundial, e de 2010 contra a Espanha, que viria a vencer o torneio.

    Mas o que é que 2014 pode ter de diferente? Acima de tudo, acho esta Alemanha mais jovem em idade, mas mais experiente em termos futebolísticos. Nos últimos 10 anos, por exemplo, tínhamos um Bayern München que, apesar de não vencer sempre o campeonato, era sempre a equipa mais forte e a única com argumentos europeus. Ultimamente apareceu também um extraordinário Borussia Dortmund, que ofereceu a esta selecção jogadores como Hummels, Reus e Götze, apesar deste último representar actualmente a equipa da Baviera. Mas não só. Tivemos um reaproximar de equipas como o Bayer Leverkusen, Schalke 04 e o renascimento do Borussia Monchengladbach.

    Quanto à selecção em si, transborda qualidade. Joachim Löw surpreendeu deixando Schmelzer de fora e convocando Durm que já lhe havia ‘roubado’ o lugar no Borussia Dortmund. O treinador pode misturar a já larga experiência de Neuer, Lahm, Mertesacker, Schweinsteiger ou Klose com os jovens talentos irreverentes como o de Reus, Götze, Draxler e Schürrle.

    Creio que esta selecção alemã vai ser construída à imagem da sua Bundesliga. Vão jogar rápido na frente mas com a segurança habitual na defesa e tentar sempre tirar partido da sua força física para ganhar os lances divididos. Se Löw conseguir tirar partido das ideias de jogo de Guardiola, da sua posse de bola, e fundir essas mesmas ideias com a garra, vontade e ataque contínuo de Klöpp, Löw tem mesmo tudo para vencer esta Copa – portanto, qualquer resultado que não a vitória final terá um sabor amargo para os alemães.

    OS CONVOCADOS

    Guarda-redes – Manuel Neuer (Bayern München), Ron-Robert Zieler (Hannover 96) e Roman Weidenfeller (Borussia Dortmund).

    Defesas – Matthias Ginter (SC Freiburg), Benedikt Höwedes (Schalke 04), Mats Hummels (Borussia Dortmund), Erik Durm (Borussia Dortmund), Philipp Lahm (Bayern München), Per Mertesacker (Arsenal) e Jérôme Boateng (Bayern München).

    Médios – Kevin Grosskreutz (Borussia Dortmund), Sami Khedira (Real Madrid), Bastian Schweinsteiger (Bayern München), Mesut Özil (Arsenal), Julian Draxler (Schalke 04), Toni Kroos (Bayern München), Mario Götze (Bayern München) e Christoph Kramer (Borussia M’gladbach).

    Avançados – André Schürrle (Chelsea), Lukas Podolski (Arsenal), Miroslav Klose (Lazio), Thomas Muller (Bayern München) e Marco Reus (Borussia Dortmund).

    A ESTRELA

    Thomas Müller Fonte: Football Wallpaper
    Thomas Müller
    Fonte: Football Wallpaper

    É extremamente difícil escolher uma estrela para esta equipa. Tem jogadores absolutamente extraordinários para qualquer uma das posições. Na baliza há Neuer, um monstro com todas as qualidades que fazem dele o melhor guarda-redes do mundo. Depois tem à sua frente Hummels, que tem a classe de cortar sem falta e sair a jogar de uma forma incrível e com um passe longo irrepreensível. Ao seu lado tem Mertesacker que fez uma época excelente ao serviço do Arsenal. Do lado direito há Lahm, que, apesar de ter jogado mais no meio-campo esta época, não deixa de ser um dos melhores do Mundo e encontra-se também em excelente forma. No meio-campo temos jogadores que dispensam apresentações como Schweinsteiger, Kroos, Khedira e Özil.

    A mesma coisa se passa no ataque, com Reus, Götze, Klose ou Schürrle. Mas, a escolher um jogador, depois da sua enorme época e mesmo sendo um jogador nunca muito valorizado, eu escolho Müller. Vai representar um papel importantíssimo no ataque alemão, podendo aparecer como extremo direito, médio ofensivo ou mesmo ponta-de-lança, e o melhor (ou pior para os adversários) é mesmo a qualidade inegável que tem jogando em qualquer posição do ataque. É rápido, não tem medo de arriscar o remate de longe, tira cruzamentos e passes milimétricos, aparece muito bem em zonas de finalização, sabe defender e é ainda dono de uma técnica soberba. Todas estas qualidades vão fazer dele, para mim, a grande estrela germânica do Mundial 2014.

    O TREINADOR

    Joachim Löw Fonte: Guardian
    Joachim Löw
    Fonte: Guardian

    Joachim Löw: É, sem dúvida, um excelente treinador. Tem levado a selecção alemã a todas as fases finais e às suas decisões, mas acaba sempre por perder ou nas meias-finais, ou mesmo na final. Ora, claro que isto não é, de todo, um mau trabalho, mas tendo em conta o conjunto de jogadores que tem ao seu dispor, os adeptos alemães têm toda a legitimidade para não pedir menos do que a vitória. Esta é a sua melhor equipa desde que se tornou seleccionador, e poderá mesmo ser este o seu ano.

    O ESQUEMA TÁTICO

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    O PONTO FORTE

    O ponto forte desta equipa é mesmo a rotatividade que a equipa pode ter sem mudar a qualidade da equipa como um todo. No ataque, esta mesma rotatividade vai ser visível, podendo Götze, Muller ou Reus jogar como homem mais adiantado, e Özil jogar tanto no meio como numa faixa. Estas alterações durante o jogo podem dar uma dinâmica atacante diferente de qualquer selecção e irá certamente também confundir as marcações.

    O PONTO FRACO

    É difícil escolher, mas considerando os onzes habituais da selecção, talvez a ausência de Khedira da equipa principal por ter perdido grande parte da época devido a lesão. Não será algo que se note muito dada a qualidade de Kroos, mas é provável que seja a posição ‘menos’ forte da equipa titular.

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    Telmo Soares Ribeiro
    Telmo Soares Ribeirohttp://www.bolanarede.pt
    Quando Telmo nasceu, Jardel voava entre os centrais. Quando começou a ver futebol, Deco fintava meio mundo e servia na perfeição. Mais tarde viu as trivelas de Quaresma. Recentemente, foi a vez de Hulk e Falcao destruírem as defesas adversárias. Actualmente assiste à elegância e às acrobacias de Jackson Martínez. O que é que todos estes pontos têm em comum? FC Porto, golos, vitórias e uma paixão que simplesmente não pára de crescer.                                                                                                                                                 O Telmo não escreve ao abrigo do novo Acordo Ortográfico.