A seleção sul-americana entrou no jogo a mostrar a sua capacidade coletiva, no que diz respeito aos índices de criatividade técnica. Uma equipa junta e que privilegia a bola no pé.
Aos 10 minutos, e para mostrar que não é de cerimónias na hora da verdade, a Inglaterra deixou um primeiro aviso, com Solanke a aparecer nas costas do central Ferraresi, diante de Fariñez, mas a permitir a defesa do guardião.
De cerimónias também não são os jovens ‘vinotinto’ que, na primeira parte, não remataram dentro da área, mas não deixaram de instalar o perigo na baliza inglesa. Primeiro foi Peña a enviar a bola por cima, depois foi Lucena a protagonizar a oportunidade de maior perigo para a seleção venezuelana na primeira parte, um remate de livre quase do meio-campo que esteve perto de surpreender o guarda-redes, Freddie Woodman, tendo a bola embatido no poste.
Antes do poste inglês abanar, Ademola Lookman, depois de combinar com Solanke, havia rematado forte, à entrada da área, respondendo Fariñez com uma vistosa defesa.
Até que, aos 35 minutos, um livre batido de forma longa por parte de Lewis Cook, à entrada do seu meio-campo ofensivo, resultou no golo inaugural e da vitória. Dominic Calvert-Lewin ganhou nas alturas a Ferraresi, rematou, de pé direito, para primeira defesa de Fariñez e, na recarga, com a canhota, atirou a contar.
Até intervalo, registo para uma solicitação de Lookman a isolar Calvert-Lewin, que não conseguiu ultrapassar o ‘portero’ da Venezuela. Do lado do ataque venezuelano, um livre perigoso de Peñaranda fechou a cortina da etapa inicial.
Depois de também ter estado em desvantagem na meia-final, a Venezuela, em circunstâncias idênticas, entrou determinada para a segunda parte com Córdova a aparecer isolado diante de Woodman, que defende a tentativa de finalização do 19 da Venezuela.
Um cabeceamento de Herrera, o capitão da equipa orientada por Rafael Dudamel, aos 55 minutos, na sequência de um canto, revelou outra arma guardada na algibeira estratégica da seleção ‘vinotinto’. Um minuto depois, e num jogo a revelar-se de constante emoção perto das balizas, Onomah, médio inglês, desfere um potente remate à barra.
Se o jogo já estava a ser de se cortar a respiração, ou não fosse esta uma final, numa lógica de parada-resposta, com uma equipa a arriscar e outra a criar perigo no contra-ataque, eis que aparece uma grande penalidade.
74 minutos. O 7 venezuelano, Peñaranda, derrubado por Tomori dentro da área, cobrou dos 11 metros. A bola foi para o meio, mas Woodman não se deixou enganar e defendeu.
Faltava cerca de um quarto de hora para o fim do jogo e sentiu-se na atitude coletiva de ambas as equipas que este elemento constitui um ‘input’ anímico para quem favoreceu da cobrança máxima desperdiçada e ‘output’ para quem a desperdiçou.
Até Fariñez, guarda-redes sul-americano, apareceu, nos descontos a rematar à entrada da área inglesa, após um canto, e em total desorientação desesperante. No último segundo do jogo, o guarda-redes já tinha sido ultrapassado por um adversário no seu meio-campo ofensivo, mas Bjorn Kuipers, da Holanda, terminou a partida, evitando que a Inglaterra, treinada por Paul Simpson, dilatasse o resultado. Já não havia tempo para mais.
No Suwon World Cup Stadium, a Inglaterra, à 21ª edição do Campeonato do Mundo FIFA de Sub-20, tornou-se a 11ª seleção a vencer o troféu.
Fonte: The Guardian