Figuras da Selecção
Joachim Low surpreendeu. Talvez por encarar a prova como uma preparação para o que aí vem, o seleccionador alemão deixou algumas das principais figuras da equipa de fora. Neuer, Ozil e Kroos são alguns exemplos de como a máquina alemã terá de depender de outras forçar para conseguir cumprir os mínimos a que nos tem habituado. Sendo assim, os papéis principais caem em cima de outros nomes. Não estamos tão habituado a ouvir falar deles, mas fazem parte da linhagem iniciada em 2005 aquando do processo de renovação e repensar do futebol alemão.
Timo Werner
Nascido, criado e formado em Estugarda, o gaiato de 21 anos faz a sua estreia em provas FIFA com a camisola da mannschaft na Rússia. Low é conhecido por apostar na juventude desde que esta apresente qualidade que lhe garanta resultados, como a conquista do Mundial 2014 que será abordada mais à frente. Fê-lo com Thomas Muller e agora fá-lo com Werner. Em 31 jogos feitos esta temporada, o avançado alemão apontou 20 golos ao serviço do surpreendente RB Leipzig, equipa sensação que terminou em segundo lugar na Bundesliga. Boa parta do sucesso deve-se a este rapaz que em conjunto com Keita e Poulsen fizeram as delícias dos adeptos e encheram as medidas ao seleccionador ao ponto de o convocar. Quase de certeza que será o protagonista na frente de ataque da Alemanha, onde irá dividir esforços com Leroy Sané, do Manchester City, e Sandro Wagner, do Hoffenheim.
Emre Can
Tal como Toni Kross, este é mais um dos que foi formado no gigante Bayern de Munique, mas que prosseguiu os estudos no Bayer Leverkusen. O senão, é que Kroos retornou à Baviera para depois rumar a Madrid e Can ficou na equipa da farmacêutica até ir para a cidade dos Beatles. Começou como defesa-central, mas cedo se percebeu que quem saía a jogar daquela maneira tinha capacidade para mais. Quando chega ao Liverpool, Brendan Rodgers adapta-o a médio-centro e as coias não podiam ter corrido melhor. O Liverpool não tinha um médio daqueles, Lucas Leiva assustava a jogar naqueles terrenos e a Alemanha ganhou um novo polivalente. Mais do que bom com a bola nos pés, Can é dos melhores que os germânicos terão para dividir lances de cabeça e tem um pé direito que mete respeito quando remata. Talvez nesta convocatória onde não há Khendira, esta seja a oportunidade para Emre Can mostrar que pode ser o novo 6 da Alemanha.
Kevin Trapp
Kahn, Neuer, Trapp. Parece ser esta a sucessão de guarda-redes na baliza dos campeões do mundo. A vida de guardião na Alemanha não é fácil. Não porque a defesa alemã é má, porque simplesmente não é, mas porque a qualidade dos outros candidatos ao trabalho é tão boa ou melhor. Neuer não foi convocado para a Taça das Confederações, mas tem a titularidade no mundial assegurada, a menos que algo imprevisto aconteça. Assim sendo, Low levou consigo os outros 3 que lhe podem ficar com o lugar no futuro, Leno e Stegen, para além de Trapp. Contudo, Trapp leva vantagem sobre os outros dois. Stegen cometeu alguns erros durante a época e não tem o amor dos fãs do Barcelona. Já Leno é dos mais completos a jogar na Bundesliga, mas a temporada também não foi fácil. Por isso, sobra Trapp. Formado no Kaiserslauten, deu nas vistas quando chegou a Frankfurt. De tal forma que o PSG puxou dos galões e levou-o para Paris. É bom entre os postes e sabe usar os pés, algo que dá muito jeito ao jogo da Alemanha e que o aproxima de duas características também presentes em Neuer.
A Taça das Confederações é a prova onde todos os campeões e alguns vice-campeões, caso da Itália em 2013, se juntam e abrem as hostilidades no palco que servirá para receber o Campeonato do Mundo. É esse estatuto do de campeã que permite à Alemanha estar na Rússia em 2017.