Uns com tanto e outros com tão pouco

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    Quando se pensa na Argentina é inevitável que surja o nome de Lionel Messi. O craque do Barcelona é indiscutivelmente a maior estrela da equipa, mas está longe de ser a única. Aliás, em termos ofensivos a selecção albiceleste tem um poder de fogo simplesmente impressionante. Agüero, Higuaín e Tévez são jogadores de classe mundial, e Palacio, não tendo a mesma qualidade que os anteriores, tem brilhado ao serviço do Inter de Milão. Se nada de estranho acontecer (como uma lesão), serão estes os convocados para o Mundial. É caso para dizer que Alejandro Sabella irá ter uma daquelas dores de cabeça de que qualquer treinador gosta. Se pensarmos que, na selecção portuguesa, a dúvida é entre Postiga e Hugo Almeida, até apetece perguntar se não querem emprestar um desses…

    Higuaín e Messi têm presença assegurada no Mundial 2014 / Fonte: Futebol Portenho
    Higuaín e Messi têm presença assegurada no Mundial 2014 / Fonte: Futebol Portenho

    De todas as selecções presentes, a Argentina será, muito provavelmente, a que tem à disposição o melhor leque de avançados. ‘Kun’ Agüero é top-10 mundial e, até se lesionar, estava a ser o segundo melhor jogador da Premier League, logo atrás de Suárez. O jogador do Manchester City marcou 19 golos (13 no campeonato e 6 na Champions), mas o longo período de paragem que tem pela frente – regressará em Fevereiro – irá certamente provocar uma quebra de forma. Ainda assim, a titularidade na selecção não lhe deverá fugir.

    A Serie A é o principal exemplo da força dos goleadores argentinos. Nos 5 melhores marcadores estão três jogadores oriundos do país das pampas. Carlos Tévez, ex-companheiro de Agüero em Inglaterra, tomou a decisão acertada quando aceitou mudar-se para a Juventus. El Apache está a ser a referência ofensiva que tem faltado nos últimos anos aos campeões italianos, tendo já 11 golos marcados na Serie A. O avançado tem vindo a manter a regularidade exibicional, algo que, ao longo da sua carreira, nem sempre conseguiu – de forma inexplicável, diria eu, já que qualidade não lhe falta e atitude competitiva muito menos. Em relação a Higuaín, depois de várias épocas no Real Madrid (onde era bastante desvalorizado pelos adeptos merengues, que o descreviam como um avançado perdulário), tem finalmente o merecido estatuto de estrela. El Pipita custou 37 milhões de euros ao Nápoles, mas não está a defraudar as expectativas: já leva 13 golos marcados, 9 no campeonato e 4 na Champions League. Tem, acima de tudo, provado que é um jogador fiável e muito completo. Higuaín e Tévez chegaram apenas esta época, mas Palacio já vai brilhando em Itália há cinco épocas. Primeiro no Génova, agora no Inter de Milão, o experiente avançado de 31 anos tem conseguido números extremamente interessantes. Na última jornada decidiu o derby com o Milan com um golo de calcanhar, somando o décimo golo da sua conta pessoal. É certo que não tem a mesma categoria dos outros avançados da albiceleste, mas é uma alternativa de grande qualidade.

    Tévez e Agüero, outrora colegas no City, podem reencontrar-se no Brasil / Fonte: UOL
    Tévez e Agüero, outrora colegas no City, podem reencontrar-se no Brasil / Fonte: UOL

    A Argentina é, naturalmente, uma das candidatas a vencer o próximo Mundial. Apesar de não ter uma defesa ao nível do ataque, é uma selecção com um poderio ofensivo temível. A grande dúvida é perceber quem ocupará a terceira vaga no ataque, isto se pensarmos que Messi e Agüero em principio serão titulares. Alejandro Sabella poderá optar por um avançado, como Tévez, Higuaín ou Palacio, mas também poderá apostar num ala, como Di Maria ou Lavezzi. Em suma, a tarefa do técnico argentino é contrariar uma das “velhas máximas” do futebol – os ataques ganham jogos, as defesas ganham campeonatos –, esperando que a fartura em termos ofensivos permita chegar ao título.

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