Entre Gasol e Fizdale, a escolha era óbvia. Mas foi a correta?

    Cabeçalho modalidadesOs Memphis Grizzlies anunciaram esta segunda-feira o despedimento do treinador David Fizdale, após oito derrotas consecutivas. A última delas, em casa, frente aos Nets, parece ter sido a gota de água. Fizdale já não podia contar com uma das suas estrelas, Mike Conley, devido a lesão, e decidiu deixar a outra, Marc Gasol, todo o quarto período no banco. Marc desabafou aos jornalistas, que noticiaram que os problemas entre o espanhol e Fizdale já eram antigos, e a direção da equipa do Tennessee terminou o contrato com o ex-assistente de Erik Spoelstra nos Miami Heat. Porém, agarrar-se a duas estrelas já mais perto do fim da carreira do que do seu auge, em vez de continuar com um jovem treinador a fazer um bom trabalho no geral, é uma boa ideia?

    Quando Chris Wallace assumiu o cargo de diretor geral dos Memphis Grizzlies, afirmou que queria trazer um título para a cidade. Escolheu Mike Conley no draft, trocou Pau Gasol pelo irmão Marc e conseguiu dar a Memphis os melhores anos da sua história, mesmo sem títulos. Mas esses tempos parecem ter chegado ao fim, principalmente depois das saídas de Zach Randolph e Tony Allen, mesmo que Wallace ainda não se tenha apercebido. Colocar a culpa e desistir de um treinador tão facilmente como se fez com David Fizdale não aparecerá certamente na capa dos manuais “Como gerir uma organização?”. Ainda para mais um treinador que tem visto a sua equipa perder qualidade e cuja maior estrela está constantemente lesionada.

    Porque não foi Fizdale quem ofereceu 94 milhões a Chandler Parsons ou escolheu Hasheem Thabeet ou Xavier Henry cedo na primeira ronda do draft. Nem foi ele que trocou Kevin Love por OJ Mayo, deixou sair Baldwin ou Zagorac um ano depois de terem sido escolhidos pela equipa ou que constantemente trocou jogadores importantes para a equipa por nada. Tudo isso é culpa de Wallace, que decidiu dar a um Gasol que não gostava do treinador e a jogar abaixo do que sabe, demasiado poder. E isso é perigoso. Um jogador saber que tem mais poder dentro de uma organização do que o seu treinador é uma jogada de risco.

     

    Em pouco mais de uma época de trabalho, uma chegada aos playoffs não foi suficiente para Fizdale manter o lugar Fonte: Memphis Grizzlies
    Em pouco mais de uma época de trabalho, uma chegada aos playoffs não foi suficiente para Fizdale manter o lugar
    Fonte: Memphis Grizzlies

    Restam agora aos Grizzlies duas opções: ir com este grupo até ao fim, seja com um novo treinador ou subindo um dos assistentes (o que parece ser a opção que Wallace vai seguir) e arriscar viver na mediocridade do meio da tabela, onde nem se luta por títulos nem se constrói para o futuro através do draft. Ou destruir a equipa, tentar arranjar quem queira os enormes contratos de Conley, Gasol e Parsons e construir a partir do draft, apesar de a equipa só ter em Dillon Brooks um jogador com perspetiva de futuro (e nunca como estrela) e de não fazer sentido despedir Fizdale se esse fosse o caminho a seguir. O sonho de um título em Memphis que Chris Wallace trouxe para os Grizzlies, em 2007, está cada vez mais longe e não parece que venha a tornar-se realidade num futuro próximo.

    Foto de Capa: Memphis Grizzlies

    Artigo revisto por: Francisca Carvalho

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    António Pedro Dias
    António Pedro Diashttp://www.bolanarede.pt
    Tem 22 anos, é natural de Paços de Ferreira e adepto do SL Benfica. Desde muito pequeno que é adepto de futebol, desporto que praticou até aos 13 anos, altura em que percebeu que não tinha jeito para a coisa. Decidiu então experimentar o basquetebol e acabou por ser amor à primeira vista. Jogou até ao verão passado na Juventude Pacense e tem o Curso de Grau I de treinador de basquetebol desde os 19. O gosto pela NBA surgiu logo quando começou a jogar basquetebol e tem vindo a crescer desde então, com foco especial nos Miami Heat.                                                                                                                                                 O António escreve ao abrigo do novo Acordo Ortográfico.