A vez das flechas

    De acordo com o nosso exercício mental de percorrer as posições dos atletas em campo, só nos faltava uma colocação: o ala. Rápidos como setas disparadas por arcos, estes são – regra geral – os jogadores mais céleres na quadra.

    Voluntariosos e altruístas, os extremos (outro nome possível para a posição) jogam mais nas pontas. Podem ajudar o base noutro tipo de tarefas, quer defensivas quer ofensivas, mas também podem ter um papel mais proativo no ataque, desempenhando a vez de marcadores de cestos importantes: duplos e triplos. Autênticos ratinhos atómicos, pede-se sabedoria na hora da decisão e a não precipitação em lances de velocidade corrida, pois o espaço é pequeno e ao mínimo erro a bola pode passar para mãos alheias, sempre indesejáveis na procura da vitória.

    Ala, um velocípede desportos.colorir.com
    Ala, um velocípede
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    Como num concurso de tiro com arco na Idade Medieval; os alas são assim mesmo. Com uma velocidade Furiosa (onde é que já ouvi este nome antes?), são lestos na direção dos pontos. Também tal e qual como na Idade Média, a que muitos historiadores insistem em chamar Idade das Trevas, são guerreiros incansáveis, de armadura, escudo e sica.

    Dizem que o período compreendido entre a queda do Império Romano do Ocidente, no século V, e o início da Idade Moderna (século XV) foi uma noite de dez séculos. Não creio. Aliás, nem partilho da ideia. Se houve a (dura) Inquisição, os três males – “da fome, da peste e da guerra, Livrai-nos, Senhor!” – e tantas outras coisas, também houve uma luz nesta noite escura. Inspirou Tolkien com a sua Terra Média. Havia as Romarias e Confrarias, Cantigas de Amigo e Trovadores, mas… muito mais importante foi a musa para este artigo que tive o prazer de escrever para vós. Vivam os alas!

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