Basquetebol leonino: regresso para vencer ou esquecer pecado antigo?

    A liga portuguesa de basquetebol terá mais um clube na edição 2019-2020: o Sporting Clube de Portugal. Trata-se de um ressurgimento da formação verde e branca nos pavilhões nacionais, um histórico em Portugal, e que muito contribuirá para divulgar a liga e a modalidade além-fronteiras.

    Quando o desporto e as modalidades ganham, o Sporting ganha consigo. Aumenta assim, com o surgimento do basquetebol, o leque de modalidades leoninas, tornando o Sporting no clube mais eclético de Portugal e um dos maiores da Europa e do Mundo. As palavras de José de Alvalade de que queria que o Sporting fosse um clube tão grande como os maiores da Europa tem hoje, em pleno século XXI, extrema pertinência e atualidade. Miguel Afonso, atual membro do conselho diretivo com o pelouro das modalidades, é perentório ao referir que “O basquetebol não é uma bandeira desta direção. Quem tem o compromisso de servir o Sporting como nós assumimos, o ponto de ordem número 1 é ser fiel à nossa história” (declarações ao Jornal Record).

    Neste regresso, os leões prometem conquistas. As palavras são do treinador leonino – e muito titulado – Luís Magalhães, que, em declarações ao Jornal Sporting, disse de forma clara: “É realista pensar no título já. O objetivo é sempre esse. Uma coisa é aquilo que queremos e outra é o que é possível fazer. Neste momento, queremos construir uma equipa para ganhar.” Se pensarmos no que aconteceu ao Voleibol no seu ano de estreia. após também um eclipse de vários anos (venceu o título de campeão nacional frente aos eternos rivais do SL Benfica), temos tudo para acreditar numa senda gloriosa e vitoriosa para o Basquetebol.

    Quando analisamos a história da modalidade no reino do Leão ficamos confusos, pois, apesar dos êxitos, títulos e conquistas, o basquetebol foi inviabilizado no reino de Alvalade pela decisão dos sócios, que, num referendo de 1995, tiveram de escolher entre o andebol e o basquetebol. Acabou por ser esta última a perder força e protagonismo para a primeira, extinguindo-se o basquetebol do clube por um período de 24 anos. Num momento que Miguel Afonso considera revelador de falta de sportinguismo, refere que aquilo que aconteceu foi semelhante a um pai ter de escolher entre dois filhos: “É o mesmo que dizer a uns pais para dizer qual dos dois filhos prefere”. Esta situação é incómoda aos sportinguistas, pois, como salienta o diretor leonino, “Vivemos 24 anos em pecado em relação ao basquetebol”.

    Com o regresso do Basquetebol ao reino do Leão, os adeptos têm mais um “pretexto” para aumentar a dimensão da Onda Verde
    Fonte: Sporting CP

    Depois de confessar este pecado antigo, o Sporting tem agora as condições para avançar na senda de glórias nesta modalidade. A penitência perante os pecados do passado de nada vale se não for acompanhada de vitórias. Porque, tal como qualquer pecado, de nada adianta confessá-lo se depois voltamos a reiterar nos mesmos erros. Perdoa-se uma vez; duas e três já não. No desporto, a melhor forma de se redimir de um pecado, seja ele qual for, é ganhar. É por isso altura de deixar as lamúrias e penitências em relação ao basquetebol e avançar, avançar, avançar.

    Texto revisto por: Mariana Coelho

    Foto de Capa: Sporting CP

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    Simão Mata
    Simão Matahttp://www.bolanarede.pt
    O Simão é psicólogo de profissão mas isso para aqui não importa nada. O que interessa é que vibra com as vitórias do Sporting Clube de Portugal e sofre perante as derrotas do seu clube. É um Sportinguista do Norte, mais concretamente da Maia, terra que o viu nascer e na qual habita. Considera que os clubes desportivos não estão nos estádios nem nos pavilhões, mas no palpitar frenético do coração dos adeptos e sócios.                                                                                                                                                 O Simão escreve ao abrigo do novo Acordo Ortográfico.