O mestre Teotónio Lima nos muitos escritos que felizmente nos deixou foi bem claro no que dizia respeito á orientação e enquadramento dos contributos que os estrangeiros podiam dar ao desporto português . Questionava mesmo sobre a forma em como podiam esses contributos acelerar e consolidar o progresso do nosso desporto:
“É facto assente que o progresso desportivo no que respeita aos atletas depende da preparação seguida e da competição com outros atletas cuja capacidade seja superior . Não se progride fazendo hoje mais fácil do que se fazia ontem É nesta medida que a competição é factor de progresso e desenvolvimento. É na competição que os atletas dão a dimensão exacta dos limites das suas capacidades e mostram o apuro da forma desportiva em que se encontram. A participação dos atletas estrangeiros nas nossa competições oficiais quando possuem categoria superior à dos atletas nacionais constitui sem dúvida um importante factor de progresso.
No basquetebol registamos inúmeros casos de atletas estrangeiros que pela sua capacidade e valia técnica muito contribuíram para o seu desenvolvimento.
Claro está que os atletas estrangeiros devem ter um nível técnico nunca inferior aos nacionais.
Quando se trata de atletas estrangeiros de bom nível , de excelente execução técnica cuja formação desportiva é garantia de bons hábitos de preparação e fruto de uma “escola” consideramos que a sua vinda é um factor de progresso já que podem servir de exemplo e de modelo para os mais novos e até para muitos consagrados.
O atleta estrangeiro não tira o lugar ao atleta nacional, antes se apresenta como modelo que se deve substituir logo que se atinge a sua valia técnica e atlética.
Que os estrangeiros devem ser bons atletas é uma exigência legitima tal como é legitima a “reserva” em relação aos que o não são”.
Como a maioria recorda os jogadores portugueses de qualidade jogavam sempre e um bom exemplo é mesmo o do actual Presidente da ANTB que atingiu nível de excelência em Portugal e no estrangeiro nos tempos em que não havia grandes limitações.
Creio que é tempo de os clubes se organizarem e tomarem o controle da competição profissional e não delegarem na FPB que não tem obviamente competência para tal . Não fazem também muito sentido propostas avulsas de alterações ao sabor do momento . Já tivemos o exemplo recente do “Forum” que resultou em quase nada. O basquetebol deve ser pensado a médio e longo prazo e não com propostas a uma época. É obviamente salutar discutir a modalidade ao mesmo tempo que se deve deixar governar quem ganhou as eleições…
Finalmente, mesmo sem saber se é justo ou não fazer um paralelo com a economia , no que diz respeito ao proteccionismo, estou de acordo com XI JINPING , líder da maior potência comunista do mundo, a China, que disse recentemente:
“Defender o proteccionismo é como fechar-se num quarto escuro. O vento e a chuva certamente ficarão lá fora, mas também a luz e o ar”.