Desta forma, nasceu uma cordilheira de postes, no Louisiana, que promete prolongar a lendária linhagem de postes que a NBA nos ofereceu. Após meio ano de adaptação, Cousins e Davis começaram a jogar em uníssono. E foi aí que aconteceu a lesão de Cousins, que não volta mais esta temporada. Os Pelicans, apesar de inconsistentes, mostraram o suficiente para serem competitivos nos playoffs do duro Oeste. Portanto, lesão de Cousins, decadência dos Pelicans, certo? Surpreendentemente, não.
Estamos a assistir a um Renascimento do jogo de poste, já dado como morto. Davis leva a equipa às costas: contam com nove vitórias consecutivas e ocupam o quarto lugar na respetiva conferência. Quando esta sequência atingiu os sete triunfos, Anthony Davis tinha médias de, aproximadamente, 39 pontos, 15 ressaltos, 3 roubos de bola e 3 blocos, por jogo! Isto com uma eficiência de 53,5% em lançamentos. Iniciou-se automaticamente o debate sobre a candidatura de Davis a MVP (Most Valuable Player).
Numa altura em que mandar a toalha ao chão teria sido o mais fácil, os Pels comprovam que a comunicação não tem de continuar a ser um erro sistemático. Claro que a sorte de poder contar com um talento desta envergadura tem de ser considerada. O seu sistema de jogo nem ajuda: o jogador em questão é que é demasiado bom. Aliás, os alicerces da equipa não têm betão, mas não é a primeira vez na NBA que se fazem omeletes sem ovos.
Davis continua (e continuará) a demarcar-se dos restantes. Eleva o nome da sua equipa ao dar provas que ser pelicano não é ser pato, rumando ao estatuto de lenda num franchise pouco amado.
Quando equiparam de azul pela Universidade de Kentucky, Davis e Cousins ampliaram o legado que ainda prossegue entre os jogadores que ocupam a mesma posição na mesma Universidade. Já se vê o voo da gaivota, espero que os pelicanos acompanhem.
Foto de Capa: NBA