O papel de Lisboa
Para muitos extremistas o treinador é um mal necessário . É sabido que quando se ganha são sempre os jogadores a terem o mérito.
Contudo o treinador é a chave da estrutura, um verdadeiro director geral de pessoal que tal como numa empresa gere os recursos humanos, procurando desenvolver o talento da equipa de forma a obter rendimento (traduzido nos títulos que conquista).
Os treinadores tomam decisões e são todos diferentes. Lideram em função da sua personalidade, carácter e conhecimentos.
O basquetebol moderno fruto de um “scouting” mais ou menos sofisticado , as equipas conhecem muito bem os adversários e os diferentes sistemas que utilizam.
Com os programas de “software” actuais a maioria dos técnicos consegue fazer uma verdadeira ecografia do oponente.
A única arma secreta que permite romper tanta “ ciência” é mesmo a improvisação.
Os finalistas em confronto representam dois modelos em si antagónicos. Enquanto O FC Porto de Moncho Lopez faz do colectivo e da organização táctica as suas armas. Sem estrangeiros de qualidade superior peca muitas vezes por ser demasiado previsível e mecanizado.
O SL Benfica, pese o facto de ter feito alguns ajustes ao modelo de jogo mantém-se fiel ao que poderemos chamar “Random basketball” (basquetebol aleatório), recorrendo na hora da verdade ao improviso dos seus atletas. O que não é tarefa fácil porque Improvisar é muito difícil: temos de ter talento e o domínio absoluto da arte em causa.
Para jogar os “um contra um“ ou para explorar as transições é necessário um domínio claro dos fundamentos do jogo.
Jogar “random basketball”, tal como mostrou o SL Benfica não significa deixar de jogar em equipa. Se juntarmos uma defesa mais consistente fica explicado o titulo.
Relativamente ao treinador, Carlos Lisboa, junta ano após anos títulos seguindo o brilhante trajecto de jogador.
Respeitado pelos jogadores, o que conta mesmo hoje é o numero de títulos de campeão.
Se é um “expert” dos “Xs“ e “Os” conta pouco na hora da verdade. Lisboa ganhou mais um titulo e o resto é mesmo conversa…