O difícil papel de suplente

    Nos Warriors, os titulares são responsáveis por 75% da folha de pagamento (só Durant ganha US$ 26.5 milhões de salário). McAdoo assinou, em julho, um contrato de um ano, valendo apenas US$ 980.000. Por outro lado, enquanto Durant e Curry têm contratos multimilionários em publicidade, McAdoo tem apenas direito a ganhar botas de graça da Nike.

    “Acho que a química da equipa é determinada pelos dois melhores jogadores e pela parte mais humilde do elenco”, disse o técnico Steve Kerr. “Na maioria das equipas , há uma hierarquia bem clara, e sabemos quem está a liderar e todos sabemos como a liderança é essencial. Os suplentes, como Macdoo, são muito importantes. Se começarem a reclamar ou ficarem desmotivados, isso pode ter um efeito negativo no resto da equipe. Os Warriors pensam novamente no título, e não podem perder tempo com isso”.

    McAdoo, depois de concluir a carreira em North Carolina, não foi recrutado por nenhuma equipa. O seu agente, Jim Tanner, não desanimou e deu-lhe o seguinte conselho: “vai fazer um teste com os Warriors como agente livre, e trata de seres o jogador que mais trabalha”, recorda McAdoo.

    Cleveland
    Fonte: New York Times

    Contudo, a mentalidade trabalhadora de McAdoo não foi suficiente para impedir que fosse cortado no “Training Camp”. Passou naturalmente para a Liga de Desenvolvimento da NBA, onde jogou nos Santa Cruz Warriors, tendo obtido médias de 19.5 pontos, 8.7 ressaltos, com 57.5% de aproveitamento, em 33 jogos. Uma  sequência improvável de acontecimentos fez com que McAdoo conseguisse uma segunda chance nos Golden State naquela temporada. “Para que eu tivesse uma chance um jogador teve que, literalmente, dizer que não queria continuar a jogar na NBA”.  Nemanja Nedovic estava muito desapontado com seu papel limitador e resolveu assinar com uma equipa de Espanha. Os Warriors acabaram por vencer o seu primeiro campeonato desde 1975 e McAdoo, que jogou apenas em cinco jogos dos playoffs, ganhou um anel.

    “Sabemos que Mac pode ser o 15º jogador aqui, mas noutra equipa pode ser o oitavo, e nós ficaremos felizes por ele quando esse tempo chegar.”

    McAdoo sabe que tem de permanecer preparado, não importa quando vai ter de jogar. Frequentemente, nem é convocado, o que significa que nem se equipa. No começo da temporada, não saiu do banco por oito jogos seguidos e, quando Kerr finalmente decidiu colocá-lo em campo, foi apenas para jogar cinco segundos contra os Miami Heat.

    “Todos querem jogar 48 minutos. Porém, não me posso esquecer que este é  o terceiro ano na liga e na melhor equipa  da NBA, por isso é difícil reclamar. Sei que tenho de me manter mentalmente envolvido. Não tenho necessidade que alguém me diga  que tenho de treinar, vou por minha iniciativa”, concluiu McAdoo.

    Foto de Capa: James Pennington

    Artigo revisto por: Francisca Carvalho

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    Mário Silva
    Mário Silvahttp://www.bolanarede.pt
    De jogador a treinador, o êxito foi uma constante. Se o Atletismo marcou o início da sua vida desportiva enquanto atleta, foi no Basquetebol que se destacou e ao qual entregou a sua vida, jogando em clubes como o Benfica, CIF – Clube Internacional de Futebol e Estrelas de Alvalade. Mas foi como treinador que se notabilizou, desde a época de 67/68 em que começou a ganhar títulos pelo que do desporto escolar até à Liga Profissional foi um passo. Treinou clubes como o Belenenses, Sporting, Imortal de Albufeira, CAB Madeira – Clube Amigos do Basquete, Seixal, Estrelas da Avenidada, Leiria Basket e Algés. Em Vila Franca de Xira fundou o Clube de Jovens Alves Redol, de quem é ainda hoje Presidente, tendo realizado um trabalho meritório e reconhecido na formação de centenas de jovens atletas, fazendo a ligação perfeita entre o desporto escolar e o desporto federado. De destacar ainda o papel de jornalista e comentador de televisão da modalidade na RTP, Eurosport, Sport TV, onde deu voz a várias edições de Jogos Olímpicos e da NBA. Entusiasmo, dedicação e resultados pautam o percurso profissional de Mário Silva.                                                                                                                                                 O Mário escreve ao abrigo do novo Acordo Ortográfico.