Um regresso com sentido

    Confronto de “Estrelas”

    Cook e DeVries
    Cook (Benfica) e DeVries (Porto) foram os dois principais nomes do campeonato
    Fonte: FPB

    As vitórias explicam-se por múltiplos factores e esta do FC Porto não é excepção.

    O rendimento e a forma de estar dos norte-americanos Cook e DeVries, os jogadores mais conceituados das equipas, teve contributo decisivo no resultado final.

    O curriculum de Daequan Cook dava grandes esperanças à equipa da Capital no início da época. Escolhido pelos Philadelphia 76ers no lugar 21 do “Draft” NBA, no ano de 2007, alinhou nos Miami Heat (2007–2010), no Oklahoma City Thunder (2010–2012) e nos Chicago Bulls (2013). Em 2009 ganhou o concurso de três pontos no NBA All-Star Weekend.

    Continua a carreira na Europa jogando na Ucrânia (Budivelnyk Kyiv), e vai descendo degraus; passa para a Alemanha em 2014 (Walter Tigers Tübingen), para França (SPO Rouen Basket) e acaba em Portugal na presente época.

    Já o FC Porto optou por trocar de americano com a época a decorrer. Sai Seth Hinrichs, lesionado e com rendimento modesto, e é contratado Troy DeVries, um experiente atleta de 33 anos, com passagem de sucesso em Espanha, na Alemanha, na Ucrânia e na Turquia, onde tinha obtido registos positivos: foi o quarto melhor da competição na média de pontos por jogo (16,9) e décimo em termos absolutos, tendo ainda na estatística uma média de três ressaltos e 2,9 assistências por partida.

    O rendimento e a atitude ao longo da época e nos jogos do playoff final mostram que a contratação do FCP foi mais bem sucedida.

    Os jogos da final dizem que Troy DeVries esteve mais regular e em destaque com a valorização de 25,6 no MVP, contra 13,5 do ex-NBA Cook. Como é natural jogaram muitos minutos (mais de 30), marcaram quase o mesmo número de pontos, mas com vantagem na pontaria para o “Dragão”: com 57% nos triplos bateu claramente Cook (29%), que como já referimos um dia ganhou um concurso na NBA.

    Passar a bola aos companheiros faz parte do reportório dos jogadores de equipa. Troy fez em média 4,5 passes decisivos contra apenas 1,5 de Cook. Finalmente, os roubos de bola, que indicam de alguma forma a aplicação defensiva, dão média de 2,3 para Troy e zero para Cook.

    O basquetebol português está cheio de exemplos de jogadores estrangeiros que apresentam “currículos” e estatísticas individuais significativas mas cujas equipas acabam por perder nos momentos das decisões.

    Na equipa do Benfica, Daequan Cook, mesmo na trajectória descendente da carreira, continua com talento ofensivo inquestionável, mas sempre deu mostras de estar pouco comprometido com a equipa e com as tarefas defensivas, contrastando com Troy DeVries, que não deixou de mostrar o seu valor mesmo jogando para a equipa.

    Na competição é natural que os jogadores tenham ambições individuais mas a equipa tem de estar primeiro.

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    Mário Silva
    Mário Silvahttp://www.bolanarede.pt
    De jogador a treinador, o êxito foi uma constante. Se o Atletismo marcou o início da sua vida desportiva enquanto atleta, foi no Basquetebol que se destacou e ao qual entregou a sua vida, jogando em clubes como o Benfica, CIF – Clube Internacional de Futebol e Estrelas de Alvalade. Mas foi como treinador que se notabilizou, desde a época de 67/68 em que começou a ganhar títulos pelo que do desporto escolar até à Liga Profissional foi um passo. Treinou clubes como o Belenenses, Sporting, Imortal de Albufeira, CAB Madeira – Clube Amigos do Basquete, Seixal, Estrelas da Avenidada, Leiria Basket e Algés. Em Vila Franca de Xira fundou o Clube de Jovens Alves Redol, de quem é ainda hoje Presidente, tendo realizado um trabalho meritório e reconhecido na formação de centenas de jovens atletas, fazendo a ligação perfeita entre o desporto escolar e o desporto federado. De destacar ainda o papel de jornalista e comentador de televisão da modalidade na RTP, Eurosport, Sport TV, onde deu voz a várias edições de Jogos Olímpicos e da NBA. Entusiasmo, dedicação e resultados pautam o percurso profissional de Mário Silva.                                                                                                                                                 O Mário escreve ao abrigo do novo Acordo Ortográfico.