Vale a pena competir nas provas europeias de clubes?

    A eterna questão do número de estrangeiros

    A questão é velha e nunca se encontra unanimidade. Sabemos bem que alguns mudam de opinião consoante o lugar que ocupam, mas provavelmente todos estamos de acordo que a qualidade dos estrangeiros tem de ser sempre maior do que a dos jogadores nacionais e, infelizmente, não é isso que se passa na actualidade.

    Sei bem as dificuldades por que passam a maioria dos dirigentes e treinadores, na hora de constituir os planteis. Sem muito dinheiro e sem hipóteses de contratarem jogadores nacionais de qualidade (são poucos, caros e estão concentrados em dois a três clubes), o que leva necessariamente à procura de jogadores no estrangeiros, para tentarem ser competitivos. As mudanças introduzidas esta época criaram equilíbrio e mostram bem essa realidade que não é nova e levou, num passado recente, a termos uma Liga competitiva e com vencedor incerto.

    Fonte: Rostos
    Fonte: Rostos

    Na última AG da FPB, o Presidente Manuel Fernandes reconheceu a importância das provas seniores:

    “Temos a deliberada intenção de potenciar as duas principais Ligas, que têm de se tornar duas competições aglutinadoras, porque elas são um factor decisivo, identificador do nosso basquetebol. É onde se encontram os nossos melhores e os melhores árbitros.Nada disto contradiz a aposta firme na formação , porque essa não tem preço. O que se faz no topo vai ter uma influência determinante na base. Portanto o crescimento da modalidade não pode passar pela asfixia das nossas duas principais Ligas, antes pelo contrário, temos que as potenciar.”

    Na mesma reunião, o DTN, agora também seleccionador nacional de seniores, Mário Gomes, salientou sobre o tema : «A questão dos estrangeiros: será importante falar também da qualidade dos estrangeiros e não só da quantidade. Estrangeiros de qualidade média, duvidosa ou má não contribuem para a melhoria e evolução pretendidas.»

    «A mensagem é termos um basquetebol melhor. Não basta só desejarmos. É preciso ter um plano para que se consiga concretizar o objectivo”. O tema está pois na ordem do dia e continua em discussão. O FC Porto já apresentou propostas a apontarem para seis atletas que possam representar selecção nacional, dois jogadores nacionais sempre em campo e sub 23 na equipa.

    Fundamental é mesmo que todos os clubes discutam a matéria, se reúnam e encontrem o caminho certo.

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    Mário Silva
    Mário Silvahttp://www.bolanarede.pt
    De jogador a treinador, o êxito foi uma constante. Se o Atletismo marcou o início da sua vida desportiva enquanto atleta, foi no Basquetebol que se destacou e ao qual entregou a sua vida, jogando em clubes como o Benfica, CIF – Clube Internacional de Futebol e Estrelas de Alvalade. Mas foi como treinador que se notabilizou, desde a época de 67/68 em que começou a ganhar títulos pelo que do desporto escolar até à Liga Profissional foi um passo. Treinou clubes como o Belenenses, Sporting, Imortal de Albufeira, CAB Madeira – Clube Amigos do Basquete, Seixal, Estrelas da Avenidada, Leiria Basket e Algés. Em Vila Franca de Xira fundou o Clube de Jovens Alves Redol, de quem é ainda hoje Presidente, tendo realizado um trabalho meritório e reconhecido na formação de centenas de jovens atletas, fazendo a ligação perfeita entre o desporto escolar e o desporto federado. De destacar ainda o papel de jornalista e comentador de televisão da modalidade na RTP, Eurosport, Sport TV, onde deu voz a várias edições de Jogos Olímpicos e da NBA. Entusiasmo, dedicação e resultados pautam o percurso profissional de Mário Silva.                                                                                                                                                 O Mário escreve ao abrigo do novo Acordo Ortográfico.