É difícil saber se caso Félix da Costa chegasse à equipa principal, iria resistir ao fator Verstappen, mas sem os erros de Kvyat era difícil a equipa arranjar uma desculpa para o retirar. De qualquer das formas, com o seu talento, é certo que tinha lugar na Fórmula 1. Neste momento há vários pilotos que merecem bem menos o lugar que possuem do que António Félix da Costa, mas isso leva-nos ao problema de ser português no desporto motorizado.
António Félix da Costa não conseguiu o lugar na Fórmula 1, particularmente pelo pequeno mercado de Portugal, e patrocínios pouco apetecíveis. Nós, portugueses, alimentamos a esperança de finalmente ver um dos nossos numa situação relativamente competitiva, ao contrário do que tinha sido com Tiago Monteiro ou Pedro Lamy e, mais uma vez, fomos postos de lado pela nossa pequenez financeira.
É um pouco triste, tão cedo não parece haver outro talento do nível de Félix da Costa, ou até Filipe Albuquerque, a destacar-se internacionalmente. Era bom que a mudança do paradigma financeiro da Fórmula 1 nos próximos anos desse a oportunidade aos bons e não aos ricos.
Para já, vamos contentar-nos com o excelente trabalho que o António tem feito nos outros escalões do desporto motorizado. Recomendo vivamente que, quando tudo recomeçar, acompanhem a fantástica época que ele está a fazer na Formula E pela DS Techeetah, onde lidera o campeonato, e vejam o trabalho dele na WEC, a conduzir pela JOTA, e se lá estiverem, atentem também no nosso Filipe Albuquerque, que neste momento, lidera o campeonato de LMP2.
Foto de Capa: Red Bull Racing
Artigo revisto por Diogo Teixeira