SEGUNDA METADE DA ÉPOCA
Após uma primeira parte de época muito caraterizada pelo domínio excessivo da equipa da Mercedes, dividimos a época em duas partes, na qual a segunda parte se insere nas corridas após a silly season, ou mais conhecida “pausa de verão”.
E não poderia ter começado da melhor maneira. Habituados à hegemonia da Mercedes na primeira parte, eis que a Ferrari apresenta-nos, finalmente, o carro que merece.
Charles Leclerc celebra a sua primeira vitória da carreira no GP da Bélgica (e a primeira da Ferrari na época), num fim-de-semana amargo para a comunidade de desportos motorizados, aquando da morte de Anthoine Hubert na Fórmula 2.
A Ferrari continuava a deixar os tifosi entusiasmados, quando consegue ganhar em casa, em Monza, após 10 anos de jejum, mais uma vez, com o jovem monegasco a deixar-se levar pelo triunfo.
Em território asiático, Charles Leclerc e Sebastian Vettel trocavam de papéis, quando o “rei de Singapura” fez jus a este título, ganhando o primeiro GP da época.
Neste andamento, o campeonato parecia muito mais competitivo, com um acordar de uma Ferrari que, infelizmente, já tinha acordado tarde para conseguir lutar por algum título. Porém, seria a partir daqui que o pequeno bom momento da Ferrari acabava.
Seria na Rússia que o domínio da Mercedes chegava para ficar. Com uma dobradinha da equipa alemã, a Ferrari erra completamente na estratégia, deixando cair cada vez mais a luta com os homens da frente.
A confirmação finalmente chegava: Num fim-de-semana onde a qualificação e a corrida foram ambas no Domingo, a Mercedes torna-se campeã – com quatro corridas de antecedência – num ventoso Japão, com a vitória de Valtteri Bottas em território nipónico.
Em continente americano, a recém campeã Mercedes continua a dar que falar, tanto no GP mexicano, como no GP dos Estados Unidos – até porque, neste último, Lewis Hamilton sagra-se, mais uma vez, campeão do mundo.
Com o campeão já definido a duas corridas do final da época, parece que já não há nada que agarre o público a ver.
Seria assim mesmo, se o GP do Brasil não nos tivesse cativado tanto nas últimas voltas da corrida. O drama brasileiro acaba com uma vitória de Max Verstappen, seguida de um impressionante segundo lugar de Pierre Gasly (Toro Rosso) que conquista o seu primeiro pódio. Mas não seria o único a fazê-lo, pois Carlos Sainz (McLaren), devido à penalização dada a Hamilton, acaba em terceiro lugar. Um autêntico “samba” para os dois pilotos, e uma das melhores corridas da época, por ter sido tão imprevisível.
Finalmente, o GP menos esperado do ano: Abu Dhabi encerra assim mais uma época, e acaba por dar a certeza de que a Mercedes foi a melhor equipa em pista – tanto no próprio GP, como no ano.
Apesar de toda a hegemonia da Mercedes (já falada muitas vezes), a Ferrari conseguiu mostrar (principalmente na segunda parte da época) que ainda pode ser competitiva. Max Verstappen quererá, sem dúvida, fazer com que a Red Bull volte aos seus tempos de glória.
Nas equipas de meio pelotão, a McLaren foi considerada a quarta melhor equipa, numa época excelente para a equipa britânica. Nas desilusões, fica a Haas e a Williams, que reservaram os últimos lugares da tabela este ano.
Agora, na espera de mais quatro longos meses para o arranque da nova temporada, os desejos de que seja uma boa época e com mais luta desde o início, é muito grande. Esperemos que assim seja.
Foto De Capa: Formula 1
Artigo de Angelina Barreiro e Luís Manuel Barros