As próximas três equipas parecem ser aquelas que terão mais dificuldades em chegar aos pontos. Começando pela Alfa Romeo, o carro pura e simplesmente não parece estável aerodinamicamente. É extremamente rápido em linha reta, mas, em curva, os analistas acreditam que é um carro muito instável. Isso já era comum no ano passado, e parece que foram incapazes de o resolver para 2020. Os tempos de volta ficaram na 17.ª e 21.ª posição (sem contar o tempo de Robert Kubica em modo qualificação), uns furos abaixo daquilo que se esperava da ex-Sauber. Ao contrário do silêncio confiante de outras equipas, da garagem da Alfa Romeo há um sentimento de incerteza sobre o que 2020 trará para a equipa.
O foco da Haas nestes testes foi compreender totalmente o carro, conseguindo vários dados aerodinâmicos e de comportamento. Isto aconteceu para evitar os problemas do ano passado, em que a traseira instável do monolugar fazia os pneus sobreaquecer imenso, tornando a tarefa de o conduzir extremamente difícil. A equipa acredita que resolveu isso, e apesar de ter feito o menor número de voltas, ainda conseguiu fazer várias simulações de corrida com um ritmo aceitável. Digo aceitável, porque não houve nenhuma volta que surpreendesse, mas pelo menos Kevin Magnussen sente-se bem no carro, o primeiro passo para que este seja bom de conduzir.
E, por fim, temos a Williams, que sem sombra de dúvida deu o maior salto comparado com o ano passado. É provável que sejam na mesma a equipa mais lenta, mas, pelo menos, sabem que estão muito mais perto de pontos e sair da Q1. Ao contrário do ano passado em que praticamente só participaram na segunda semana de testes, este ano fizeram mais de 100 voltas em cinco dos seis dias, o que lhes permite ter uma verdadeira ideia do que é o carro, e, acima de tudo, dá uma injeção de moral gigantesca numa equipa que bem precisa. Os tempos não foram especiais, mas só o facto de estarem numa posição de luta com outros carros, e não só entre eles, é uma vitória gigante.
Geralmente, na segunda semana de testes as equipas fazem mais simulações de qualificação, e ficamos a conhecer como se comportam os carros no limite, e que tempos são capazes de atingir. Desta vez, poucas equipas fizeram isso, e há muita incerteza sobre a ordem da grelha à saída dos testes. A única certeza é que a resposta será apresentada no final da qualificação na Austrália, quando os motores forem ligados ao máximo, e os carros puxados ao limite.
Esta época começa com intriga e incerteza, e, de preferência, que o campeonato seja assim até Abu Dhabi. Vemo-nos dia 12 na Austrália.
Foto de Capa: Formula 1
Artigo revisto por Joana Mendes